Economistas liberais mantêm distância de Alckmin antes de eleição

Enquanto candidatura não deslancha, tucano lança mão de discurso privatista e acena para base

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Causou estranhamento a defesa pública de Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, à privatização de partes da Petrobras — e eventualmente sua totalidade no futuro. Além da impopularidade de bandeiras como esta perante a maioria do eleitorado, a nova imagem contrasta com fotografia do governador paulista vestindo uma jaqueta com os logos de empresas estatais, esta última de quando o tucano disputava a presidência em 2006 e tentava livrar-se do rótulo de privatista.

Mas então o que levaria Alckmin a fazer tal gesto privatista antes mesmo do início do período eleitoral de campanhas? Uma boa resposta é dada pela jornalista Raquel Landim, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo. Segundo ela, mal posicionado nas pesquisas de intenção de voto, o tucano precisa cada vez mais acenar à própria base, tendo em vista as crescentes contestações à sua candidatura e os riscos de outros nomes deslancharem na busca por representar o centro reformista na disputa presidencial.

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Conforme pontua a jornalista, o governador de São Paulo vem perdendo apoio até mesmo no mercado financeiro e entre economistas liberais que se identificam com o PSDB. A defecção mais importante seria de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, decepcionado com os recentes episódios envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e como o tema foi tratado no partido. Com a sinalização privatista, o tucano busca frear o desembarque de apoiadores, a despeito dos riscos da manobra em termos eleitorais. Já abandonaram o barco tucano figuras como Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende, que recentemente se aproximaram de Marina Silva.

No atual momento, Alckmin luta para viabilizar sua candidatura presidencial e a posição de aglutinador dos partidos da base aliada no pleito. Entre as grandes dificuldades enfrentadas estão o desempenho aquém do esperado nas pesquisas de intenção de voto e a administração de demandas difusas das diversas siglas que compõem a atual coalizão governista.

Enquanto o tucano não empolga, outros nomes buscam avançar no vácuo do centro reformista. Neste grupo, destacam-se também o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ambos com baixa pontuação nas pesquisas. Na direita, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também tem ensaiado acenos ao mercado, em uma tentativa de apresentar-se como candidato liberal na economia.

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Por outro lado…

Em uma enquete feita pelo BTG Pactual com os participantes da 19ª CEO Conference, realizada pelo banco na semana passada, 41% dos entrevistados acredita que Alckmin será o próximo presidente do Brasil, enquanto 22% acreditam em Lula e 21% em Jair Bolsonaro. O tucano também é o candidato preferido entre os entrevistados, com 38%, seguido por Amoêdo (24%) e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (18%).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.