Economist questiona Dilma: talvez medidas para mascarar problemas não estejam dando certo

Matéria desta semana da publicação britânica ressalta desaceleração da economia brasileira, enquanto inflação acelera e desconfiança aumenta; cenário é de estreitamento das intenções de voto entre Dilma e Aécio

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A revista britânica The Economist voltou a destacar os dias difíceis que a economia brasileira vem passando em matéria desta semana entitulada “All system low”, ou “Todo o sistema desacelera”.

A reportagem destacou que, durante a Copa do Mundo, havia uma profusão de verde e amarelo, sendo difícil comprar qualquer coisa que não fazia referências ao Brasil. Agora, as bandeiras e as camisas de futebol já foram, dando lugar às camisetas falsificadas e bolsas baratas. Uma das entrevistas, a vendedora ambulante Katia Maurício, destacou que o negócio é bom, mas que ele deve ir para baixo.

E o mercado está indo na mesma direção, segundo aponta a revista, com a confiança das empresas afundando a níveis que não eram vistos desde as profundezas da recessão global de 2009. A inflação dos preços definidos pelo mercado, e não pelo governo, seria superior a 7%, enquanto os economistas cortam a projeção do PIB para 1%, num verdadeiro 7 a 1, fazendo referência à vitória esmagadora da Alemanha sobre o Brasil nas semifinais da Copa, no dia 8 de julho. O Goldman Sachs, ressalta a revista, já vê sinais de estagflação. A situação da indústria também é preocupante, com o setor “jogando a toalha” após três anos de crescimento anêmico, conforme destaca o Morgan Stanley.

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Por outro lado, a taxa de desemprego é baixa mas, com as perspectivas de emprego ficando mais desanimadores, os consumidores, que têm puxado a economia ao longo dos últimos anos, estão cada vez mais pessimistas. No mês passado, 11,4% dos consumidores estavam há mais de 30 dias inadimplentes, acima dos 9% um ano antes. As vendas no varejo sentiram, aponta a Economist.

” A diminuição da confiança é a maior ameaça para as chances da presidente Dilma Rousseff de um segundo mandato na eleição de outubro deste ano. Em um esforço para evitar que os eleitores sintam o aperto, Dilma afrouxou as rédeas fiscais. Em maio, os gastos públicos foram 16% maiores do que no ano anterior, enquanto as receitas caíram 8% na mesma base de comparação. Como resultado, o Brasil teve seu segundo pior déficit mensal orçamental primário (isto é, antes do pagamento de juros) da história”, afirma a revistam que dá destaque a fala da vendedora ambulante: “eles estão tentando mascarar o problema para depois da eleição”. 

Mas a The Economist reforça que, se assim for, não está funcionando, com a liderança da presidente sendo ameaçada cada vez mais nestas eleições, com a revista citando a pesquisa Datafolha, que mostrou um empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma. A vantagem de Dilma é de apenas quatro pontos percentuais agora em caso de segundo turno. Em fevereiro, a vantagem era de 27 pontos, destaca a publicação. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.