Economist: Dilma luta para relançar presidência após multidão ir às ruas contra governo

Com o título "Sabedoria das multidões", revista faz análise sobre as manifestações do último domingo e destaca que Dilma mudou discurso

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em matéria desta semana, a revista britânica The Economist destacou mais uma vez o Brasil ao fazer uma análise sobre as manifestações do último domingo. Com o título “Sabedoria das multidões”, a reportagem afirma que a presidente Dilma Rousseff luta para relançar a sua presidência no terceiro mês após o início do segundo mandato.

“Dilma Rousseff, presidente do Brasil, esperava que os protestos contra o governo em 15 de março seriam grandes. Ela convocou uma reunião em sua residência oficial para monitorá-los. Mas ninguém, incluindo os organizadores, imaginava que seriam tão grandes como acabaram sendo. A polícia estima que 2,2 milhões de pessoas saíram às ruas em dezenas de cidades em todos os 27 Estados brasileiros. Isso supera o número dos que foram às ruas em um único dia, em junho de 2013, a ocasião mais recente, quando os brasileiros deram vazão à sua raiva contra os políticos”.

A The Economist afirma ainda que após “queixas difusas em 2013, os protestos de 2015 são direcionados a Dilma Rousseff e ao PT”. A reportagem cita que o escândalo na estatal Petrobras gera grande insatisfação e também há reclamação crescente com a situação econômica do País, em meio à inflação crescente e chance elevada de recessão no Brasil em 2015. “Uma pequena parcela pedia intervenção militar, mas foram vaiados”, afirmou a The Economist.

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Por outro lado, a revista afirma que, apesar de ser defendido por parte dos manifestantes, um processo de impeachment é improvável.”Um presidente só pode ser removido do cargo por crimes cometidos durante o atual mandato. O foco das investigações na Petrobras é um suposto esquema de suborno que ocorreu bem antes que Dilma começasse o segundo mandato em 1º de janeiro. Além disso, ela não foi pessoalmente implicada”.

A revista destaca ainda que a verdadeira preocupação da presidente é de que a ira do público mais os obstáculos parlamentares possam frustrar seus planos para seu segundo mandato, sendo que o mais importante deles é uma correção do curso econômico que ela trilhou no primeiro mandato. E os seus apoiadores da classe trabalhadora mostram insatisfação em relação à austeridade necessária para diminuir o déficit e evitar um rebaixamento do rating de crédito do Brasil. “Manifestantes pró-Dilma protestaram contra cortes e chamaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como um ‘infiltrado liberal'”.

E, depois de um longo atraso, o Congresso aprovou o orçamento deste ano em 17 de março. Isso vai ajudar Levy a manter sua promessa de alcançar um superávit primário (antes do pagamento de juros) de 1,2% do PIB. “Mas a seqüência de quase-derrotas significa que ele terá que andar com cuidado”.

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E a revista destaca que Dilma está se esforçando para relançar a sua presidência. ” Na entrevista à imprensa em 16 de março, ela prometeu ‘humildade’ (nove vezes) e ‘diálogo’ (12 vezes)” e anunciou leis mais duras contra a corrupção e prometeu reformas políticas.

Porém, “nada disso deve impressionar as pessoas que se aglomeravam Avenida Paulista”, afirma a revista, ressaltando que os movimentos já estão articulando novo protesto em 12 de abril.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.