É a economia? Mesmo com PIB em baixa, FT diz por que Dilma ainda é a principal candidata

Blog do jornal britânico ressalta que os eleitores brasileiros têm, aparentemente, aversões à reforma mais voltada para o mercado, o que será associado ao PSDB na campanha petista

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O blog do Financial Times Beyond Brics recorreu à frase “É a economia, estúpido!”, cunhada pelo estrategista de Bill Clinton na campanha de 1992, James Carville, para repercutir a nova queda nas perspectivas para a economia brasileira. 

“Quanto mais baixo o PIB pode ir? O consenso sobre o crescimento econômico do Brasil este ano foi revisto em baixa por nove semanas consecutivas, de acordo com o Focus, e agora está em um magro 0,9%”, destacou o blog, mostrando que o crescimento no ano que vem não está muito melhor, com perspectiva de expansão de 1,5%.

Após a Copa do Mundo, o próximo grande evento será o das eleições presidenciais, aponta o blog, com a campanha começando para valer a partir de agosto. Neste sentido, o blog questiona se a economia anêmica poderia ser uma má notícia para Dilma Rousseff, ao buscar a reeleição como presidente.

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Como destacado pelo próprio jornal na semana passada, a eleição presidencial foi até vistarecentemente como de Dilma Rousseff, mas “começa a ficar interessante” com algumas pesquisas mostrando um empate técnico entre o candidato do PSDB, Aécio Neves, e a presidente. 

Conforme afirma o FT, o PSDB tem uma história de ficar animado na corrida para as eleições, com os aliados avaliando que a prosperidade dos brasileiros desde Lula é resultado do trabalho duro feito pelo antecessor, Fernando Henrique Cardoso, no poder entre 1995 e 2002. 

O FT, por outro lado, apesar de destacar que este é um ponto válido, afirma que os eleitores brasileiros serão questionados pelo PT se eles estão melhores agora do que antes de Lula, o que deve beneficiar a campanha petista. Além disso, eles vão bater na tecla se a população confiará seu bem estar a “privatizadores neoliberais”. 

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“Mesmo depois de perder terreno recentemente nas pesquisas, Dilma Rousseff continua a ser a principal candidata clara. Os eleitores brasileiros têm, aparentemente, uma aversão à reforma voltada para o mercado (que o PSDB, consequentemente, gasta muita energia tentando fingir que não defende), sendo mais forte que a aversão da população à queda de prosperidade. A questão é se este quadro vai mudar ou não até outubro”, conclui o jornal.

WSJ: “Lula age como um homem de campanha”
De acordo com reportagem do jornal Wall Street Journal nesta segunda-feira, o presidente Lula é retratado como um homem de destaque na campanha eleitoral, trabalhando para eleger seus herdeiros políticos. 

“Ele está tentando garantir a reeleição de sua protegida, a presidente Dilma Rousseff, que está cedendo nas pesquisas, ameaçando o poder do PT de Lula, que tem dominado a política brasileira nos últimos 12 anos”, afirma o jornal.

Ainda muito popular no Brasil, que experimentou um boom econômico durante o seu mandato de oito anos, Lula frequentemente aparece em público com Dilma, levantando os braços em triunfo, aponta o jornal, sendo retratado como o mais habilidoso político de sua geração. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.