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SÃO PAULO – Em conversa com blogueiros iniciada às 10h (horário de Brasília), o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que duvida que “tenha um promotor, delegado ou empresário que tenha a coragem de afirmar” que ele se envolveu em algo ilícito. Ele ainda se defendeu das denúncias de que tenha recebido muito dinheiro por palestras. “Com orgulho, passei a ser um dos conferencistas mais bem-pagos do mundo porque fui o presidente que mais tirou pessoas da pobreza”, disse o ex-presidente.
Lula ainda repetiu o discurso recorrente do governo e do PT de que foi nos 12 anos de governo do partido no poder que a corrupção passou a ser investigada e não “varrida para debaixo do tapete”. “A apuração de corrupção é um bem desse país”, disse Lula. “A pessoa pode não gostar do PT, mas tem que reconhecer o que o seria esse país se não fosse o PT.”
Ele ainda falou que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é uma tentativa de golpe. “Os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito que querem dar quando falam do impeachment da Dilma.”
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Lula ainda criticou a guinada pró-mercado que Dilma fez no seu segundo mandato, dizendo que se a ideia era fazer alguém do mercado apoiar o governo, deu errado, porque não se conseguiu trazer ninguém do mercado para o governo. “A presidente Dilma tem que ter como obsessão a retomada do crescimento, a geração de emprego”, afirmou, sugerindo a mudança na política macroeconômica. Ele disse acreditar que a maneira de reduzir o endividamento do País é fazer o PIB (Produto Interno Bruto) crescer, aumentando o denominador da relação dívida/PIB. “Lembro que a Grécia começou a crise com uma dívida que 39 bilhões resolviam e terminou com um endividamento que nem 230 bilhões resolveriam.” Para ele, o governo não pode obrigar o pobre a pagar a dívida.
Entretanto, ele afirma que, conhecendo a cabeça da presidente, Dilma será ousada daqui para frente.
Segundo Lula, é preciso estimular o emprego porque o jovem tem que trabalhar. “O emprego tem que ser uma obsessão para nós. E, ao mesmo tempo, não podemos deixar a inflação avançar.”
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Ele criticou também o Tribunal de Contas da União, afirmando que o TCU não pode esperar dois anos para decidir sobre a política de portos. “Não é o Tribunal de Contas que governa”, disse.
Lula defendeu, contudo, a reforma da Previdência, ressalvando que ela deve ser discutida com os movimentos sindicais. “Antes, a gente morria com 60 anos, agora, a gente morre com 70. À medida que a ciência avança, nós temos que avançar junto.”
O ex-presidente também continuou a polêmica com o lutador de MMA Wanderlei Silva. Após o lutador questionar de onde viria o dinheiro para comprar um suposto iate que o filho de Lula teria, o petista afirmou que a denúncia era infundada e, mais ainda, que era uma violência contra a sua família. “Como um cidadão tem a desfaçatez de mentir?”
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