Dr. Doom voltou: para Roubini, 2014 tem semelhanças com 1914, ano da 1ª Grande Guerra

Após se mostrar menos negativo com economia global, Dr. Catástrofe aponta que cenário de conflito entre Japão e China, tensões no Oriente Médio e desigualdade traçam paralelo com 2014

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após se mostrar mais otimista – ou menos pessimista – com a economia mundial, Nouriel Roubini “voltou com tudo ao seu habitual pessimista” ao apontar para dias sombrios para o planeta durante o Fórum Econômico de Davos. E a última do Dr. Doom foi traçar paralelos entre 2014 e 1914, ano em que se iniciou a Primeira Guerra Mundial, que se estendeu até 1918. 

Conforme ressaltou a CNBC, em 2014, pode não haver nenhum império austro-húngaro, um imperador chamado Franz Ferdinand ou um grupo chamado Mão-Negra. Porém, mesmo sem esses elementos-chave, Roubini traçou em seu Twitter diversos paralelos entre o ano que se iniciou a guerra com o atual. 

Uma das falas é em questão ao conflito entre China e Japão na disputa por ilhas. Segundo relatos tanto do Financial Times e da BBC, Abe disse na última quarta-feira que a China e o Japão estavam em uma “situação semelhante” ao de Grã-Bretanha e Alemanha à frente da Primeira Guerra Mundial. Contudo, o porta-voz de Abe negou à Reuters que o líder japonês tenha indicado que uma possível guerra estaria próxima.

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Ainda assim, Abe disse que o aumento da China em gastos militares era uma fonte de instabilidade na região e reiterou seus apelos para uma linha direta militar para evitar um conflito. Porém, vale lembrar que, em dezembro, Abe visitou o polêmico santuário Yasukuni, que homenageia os mortos pela pátria, o que foi considerado inaceitável por Pequim. 

Porém, há outras áreas de interesse do resto de mundo para aqueles “ansiosos” em comparar 1914 e 2014: dentre eles, a Guerra Civil em curso da Síria, além dos outros inúmeros focos de tensão no Oriente Médio, bem como o lugar do Irã na comunidade internacional.

Os atuais protestos em Kiev na Ucrânia também levantam a questão sobre o crescente poder da Rússia e como as potências ocidentais vão fazer para lidar com isso.

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Por fim, Roubini também mencionou o duplo problema de uma “reação contra a globalização” e a “idade de ouro da desigualdade”. Este último ponto, por sinal, tem sido a palavra de ordem em Davos e se tornou o foco principal do mandato de Barack Obama. 

Assim, ressalta a CNBC, talvez 1914 não seja uma boa comparação, mas 1848 e 1968 possa ser. O primeiro foi um ano de revoluções na Europa, enquanto o último um ano de protestos em países como EUA, França, Alemanha, Itália, além da União Soviética e Reino Unido, com pautas socialistas e comunistas. 

E é importante ressaltar que a história escrita na Primeira Guerra Mundial está sob escrutínio nos últimos meses em meio a teorias revisionistas. Além disso, as analogias devem ser vistas com cuidado, conforme aponta o ex-subsecretário de defesa Joseph Nye, principalmente se “elas têm um cheiro de inevitabilidade”, aponta o portal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.