“Donos do PIB” dão 3 condições para apoiar governo e permanência de Levy

Conta o blogueiro do UOL que, por volta das 23h30 daquela data, durante a reunião, decidiu-se ligar para a presidente Dilma Rousseff na frente de Levy e relatar o que estava sendo conversado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um grupo formado por nove dos mais importantes empresários do País receberam o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última quarta-feira (2) para condicionar apoio ao governo e até sua permanência no comando da política econômica, contou o jornalista Fernando Rodrigues em seu blog sem citar fontes. No encontro reservado, os três pontos da agenda dos grandes líderes do mercado listados seriam: fazer todos os esforços para que o Brasil mantenha o grau de investimento; buscar um superávit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016; e promover um forte corte em subsídios e programas governamentais para atingir a meta.

Conta o blogueiro do UOL que, por volta das 23h30 daquela data, durante a reunião, decidiu-se ligar para a presidente Dilma Rousseff na frente de Levy e relatar o que estava sendo conversado. O grupo mostrou-se bastante preocupado com o déficit de 0,34% do PIB apresentado pelo governo no projeto do Orçamento para o ano que vem. Eles defenderam que era vital buscar a meta de 0,7% e que um corte de rating – e a subsequente perda do grau de investimento – teria efeitos gravíssimos para o país, formado por um cenário de menor crédito, aprofundamento da recessão e maior desemprego. Somando tudo isso à crise política, o Brasil poderia entrar em momento institucional delicado.

Para esta missão de desviar de um horizonte de adversidades ainda maiores, como já é de conhecimento de quem acompanha o noticiário, o empresariado mostrou-se muito mais confiante no papel de Levy do que dos ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O comandante da Fazenda é visto como mais liberal entre os três economistas do governo.

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No dia seguinte, Dilma convocou reunião de emergência com Levy, que tinha viagem marcada para a Turquia -, para onde foi durante a noite para participar de encontro do G20. Ao final da conversa com o chefe da Fazenda, a presidente ordenou a vários ministros que dessem entrevistas dizendo que o ministro ficaria no cargo. Mercadante e Edinho Silva (Secom) centralizaram essa função. O silêncio de Levy, no entanto, sinaliza que ainda é preciso tempo para ver como as peças vão se comportar no xadrez político. Do lado do governo, a permanência dele depende de maior apoio dentro do próprio Executivo. Na ponta dos empresários, esse cenário estaria diretamente relacionado à capacidade de o governo em atender às três exigências.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.