Dólar opera em alta, refletindo produção industrial e possível queda da Selic

Produção industrial registrou queda de 2,1% na passagem mensal e pode levar a corte maior da taxa de juros

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Com uma sequência de indicadores internos e externos negativos, o dólar comercial opera nesta quarta-feira (7) em alta de 0,19%, cotado a R$ 1,767. Segundo o operador de câmbio da InterBolsa Brasil, Ovídio Soares, o movimento da divisa é uma forma de resposta a algum tipo de pacote macroprudencial que pode ser divulgado por parte do Governo.

“O dólar deveria ter aberto com um gap de queda, mas logo saiu o indicador da produção industrial, que veio ruim, o que aumenta as chances do Banco Central reduzir a Selic”, explica Soares. A produção industrial brasileira registrou queda de 2,1% na passagem de dezembro de 2011 para janeiro, na série livre de influências sazonais, após marcar ligeiro avanço de 0,1% em novembro e 0,5% em dezembro. Vale lembrar que a taxa de juros menor reduz a atratividade do investimento externo no mercado local, diminuindo o fluxo de dólares para o Brasil e, assim, promovendo a alta da divisa.

Nesta quarta-feira termina a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), cuja decisão será anunciada após o pregão. Segundo alguns especialistas, é provável que o comitê opte por um corte de 50 pontos-base na taxa Selic, o que levaria o juro a 10,00% ao ano. Contudo, a probabilidade de um corte maior na taxa cresceu, especialmente após os dados da produção industrial, o que afetaria diretamente o câmbio.

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Ovídio ressalta ainda que o “vendedor” da moeda norte-americana está acompanhando de perto as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente Dilma Rousseff, que prometeram atuar no câmbio.

Front externo
Também pesa na conta do dólar o cenário externo, marcado pela crise da dívida na Europa. O indicador das encomendas industriais em janeiro na Alemanha apontou queda de 2,7% frente ao apurado em dezembro, quando subiu 1,6%. O número, divulgado nesta terça-feira (7) pelo Ministério da Economia do país, surpreedeu negativamente o mercado, que esperava um aumento de 0,6%, segundo estimativas compiladas pela Bloomberg.

Nos EUA, os indicadores também não foram capazes de surpreender positivamente as estimativas, o que corrobora para o mau humor nos mercados. O ADP Employment, registrou a adição 216 mil novos empregos nos Estados Unidos, frente à projeção de 218 mil.

Ainda por lá, o Departamento de Trabalho apresentou o Productivity & Costs apontando que a produtividade do trabalhador norte-americano, excluindo o setor agrícola, avançou de 0,7%, nível veio em linha com o esperado.

Também saiu o relatório semanal de estoques de petróleo norte-americano, que apontou avanço de 0,2% na passagem semanal. Mais tarde, o Federal Reserve revela ainda o Consumer Credit, índice divulgado durante os primeiros dias de cada mês, com o objetivo de medir o total de crédito ao consumidor.

Indicadores domésticos
Na agenda econômica desta quarta-feira os investidores acompanharam o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) de fevereiro,que apontou inflação de 0,07%. Por sua vez, o Banco Central revelou nesta tarde o fluxo cambial, que apontou saldo US$ 2,466 bilhões nos dois primeiros dias de março.

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