Do candidato do governo a gente está cansado, a gente quer o candidato da população, diz João Amoêdo

"Se o mercado é visto como um grupo de cidadãos que querem liberdade, se o mercado é identificado como um grupo de indivíduos, eu acho muito boa [a associação]"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Embora esteja sendo relacionando como o “candidato do mercado financeiro”, João Amoêdo, pré-candidato pelo Novo, prefere mais ser ligado ao “candidato da população”. O político tem passagens por grandes instituições financeiras e tem o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco como coordenador do plano de governo. O economista, inclusive, dará uma entrevista nesta terça-feira, às 14h, ao InfoMoney.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o político afirmou que “do candidato do governo a gente já está cansado”. “O candidato do governo, do Estado em geral, do status quo, que protege essa carga tributária enorme, que dá ao Estado todo esse poder, não é o que a gente quer. A gente quer o candidato da população”, disse Amoêdo ao ser questionado da fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que o candidato do mercado irá perder as eleições.

Sobre ser associado ao “candidato de mercado”, ele diz que, “se o mercado é visto como um grupo de cidadãos que querem liberdade, se o mercado é identificado como um grupo de indivíduos, eu acho muito boa [a associação]”. “Se o mercado é identificado como segmento de atuação, um segmento específico da economia, não acho que seja verdadeiro”, completa.

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O pré-candidato afirma ainda que daria início ao seu programa de privatização de estatais já em seu primeiro ano de mandato. “As mudanças que o Brasil precisa fazer devem ser feitas logo de imediato, enquanto você tenha o endosso das urnas, pela credibilidade no processo e até pela necessidade de mudanças que o País tem, então eu faria isso logo”, explica ressaltando que ainda avalia quais seriam as primeiras empresas no processo.

Sobre o atual governo, Amoêdo diz que “algumas coisas são positivas”, como o teto de gastos. “Acho que a gente pode melhorar a reforma trabalhista. Uma coisa que tem que ser feita de imediato é a reforma da Previdência, porque se não a regra de ouro muito provavelmente será descumprida em 2019”, fiz o político.

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Por fim, ele se mostra otimista e afirma que espera ter mais de 5% nas pesquisas eleitorais, o que levará as redes de televisão e rádio a chamarem-no para os debates. “Acho que isso será um caminho natural pela demanda das pessoas por renovação. Espero que as emissoras deem esse espaço”, completa.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.