Distribuição de dividendos das elétricas pode sofrer novo revés do governo

Após reunião com a Aneel, analistas do Credit Suisse mostram-se pessimistas com as concessões que vencem de 2015 pra frente; 4 empresas aparecem como as mais expostas

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Uma das principais queixas dos investidores sobre a política brasileira é um intervencionismo excessivo por parte do governo, o que inibe o livre mercado e suas premissas mais liberais. Em reunião com analistas e investidores, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mais uma vez deu um banho de água fria no mercado ao sugerir alterações nos contratos das próximas renovações das concessões para distribuidoras do setor – o que pode colocar em xeque a distribuição de dividendos para os acionistas, um dos principais atrativos das empresas do setor.

“Deixamos a reunião com uma visão negativa em relação às regras para as concessões de distribuição que expiram em 2015 e depois”, afirmaram em relatório os analistas Vinicius Canheu e Pedro Manfredini, do Credit Suisse, feito após reunião com a agência na semana passada. Entre as próximas empresas a passarem por esse processo de renovação, destacam-se Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET6) e Energisa (ENGI11).

No entanto, a equipe do banco destacou também as possíveis melhoras que o setor pode passar com uma perspectiva de mais transparência e visibilidade por parte da Aneel com a proposta de encerramento dos ciclos formais de revisão tarifária e maior flexibilidade nas políticas em questão, baseada também na taxa de retorno de regulatória. Os analistas acreditam que isso pode trazer mais estabilidade e previsibilidade ao setor.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.