Disputa pela Casa Branca: saiba como funciona o processo eleitoral dos EUA

Colégio Eleitoral, que conta com 538 delegados, escolhe o novo presidente; número de cadeiras depende do tamanho do estado

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SÃO PAULO – Após uma campanha que já sinalizava uma disputa bastante acirrada, chega, enfim, o grande dia, em que milhões de norte-americanos vão às urnas para a escolha do homem que estará à frente da Casa Branca nos próximos quatro anos. De um lado, o democrata John Kerry, do outro, o atual presidente George W. Bush: dois estilos diferentes disputando o cargo que ostenta maior poder no mundo.

Tamanha é a importância destas eleições, que sua repercussão foi muito além das fronteiras dos Estados Unidos, sendo assunto em praticamente todo o mundo. Inclusive no Brasil, a campanha presidencial norte-americana teve uma ampla cobertura pelos meios de comunicação, sendo alvo de análises, discussões etc. Mas uma coisa que talvez não tenha ficado clara para muitos brasileiros é o processo eleitoral do país.

É que a forma através da qual os cidadãos norte-americanos escolhem o seu presidente é diferente daquela pela qual os brasileiros escolhem quem irá assumir a cadeira máxima no Palácio do Planalto. A primeira grande diferença é que o voto nos Estados Unidos é facultativo, ou seja, ele não é obrigatório. Portanto, a primeira grande tarefa dos candidatos é fazer os eleitores saírem de casa e irem até às urnas para votar.

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Colégio Eleitoral define quem será o presidente

Mas as diferenças não terminam por aí. Nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, o presidente e o seu vice não são escolhidos diretamente pelo voto dos eleitores. Existe uma instituição que é responsável por esta escolha e funciona como uma espécie de intermediário no processo: é o chamado Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados, que são escolhidos pelo voto popular.

Cada estado do país tem um número determinado de cadeiras no Colégio Eleitoral, sendo que tal número é diretamente proporcional ao número de eleitores do Estado. Exatamente por isto é que estados como a Califórnia e Texas são importantes para quem quer chegar à Casa Branca, pois por serem muito populosos contam com um maior número de cadeiras no Colégio Eleitoral.

No dia da eleição, os eleitores de cada estado votam no candidato de sua preferência e, apurado o resultado, vê-se qual foi o candidato que teve maior votação no estado. O Partido deste candidato indicará, então, uma lista de delegados que ocuparão as cadeiras no estado no Colégio Eleitoral. Dessa forma, apesar de, em tese, o Colégio Eleitoral poder votar no candidato que quiser, o que ocorre na prática é que todos os membros votam no candidato mais votado no Estado.

Para ficar mais claro, imagine, por exemplo, um estado que possui 21 cadeiras no Colégio Eleitoral. Se o candidato John Kerry tiver a maior parcela dos votos populares neste estado, por exemplo, então o Partido Democrata irá escolher os 21 delegados para ocupar a cadeira no Colégio Eleitoral. Isto significa que estes 21 delegados irão votar todos em Kerry, apesar de Bush também ter tido uma parcela dos votos naquele estado.

É considerado eleito presidente o candidato que obtiver 270 votos no Colégio Eleitoral, que é a metade (269) mais um voto. No caso de haver empate, a decisão vai para a Câmara dos Deputados.

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