Disputa eleitoral esquenta e chega até perfil de “Dilma Bolada”

Discussão entre blogueiro e publicitário Pedro Guadalupe ganhou destaque na internet com acusações do criador de Dilma Bolada; publicitário responde

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na última segunda-feira (19), o blogueiro Jeferson Monteiro, criador do perfil fake Dilma Bolada no Facebook, disse em sua página que foi convidado por uma agência de publicidade para participar de um plano de venda de apoio político para a corrida eleitoral. 

Monteiro relatou que o PSDB de Aécio Neves estaria interessado nesta estratégia e, assim, o criador do perfil humorístico de Dilma teria concordado para ver até onde “ia a cara de pau”. De acordo com ele, nunca foi a intenção vender a personagem.

Na última terça-feira, os e-mails trocados entre Jeferson e o publicitário Pedro Guadalupe, que não está no quadro oficial de contratados do PSDB, foram divulgados. Ao longo de ao menos duas semanas, Monteiro negociou trabalhar com tucanos e disse que só concordou em tratar do assunto para ver onde as conversas iam levar. 

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O blogueiro disse que a agência AMA queria que ele assinasse um contrato de exclusividade, efetuando assim a transição da página para os interesses “tucanos”. Guadalupe combinou uma reunião com o blogueiro que, nesta hora, relatou, deu um fim às negociações.

A AMA, segundo Monteiro, teria a intenção de comprar os direitos autorais do perfil. Além disso, “Pedro Guadalupe criou uma página também chamada Dilma Bolada e me ameaçou, dizendo que se eu não me juntasse a ele e não apoiasse quem ele apoiava iria tomar o nome do perfil e derrubar a minha solicitação de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Ele não apenas me mandou mensagens dizendo isso, como o expôs no twitter”, afirmou o criador da página Dilma Bolada. As desavenças teriam início logo depois das últimas eleições. 

Ao jornal Extra, Pedro Guadalupe descarta que a história tenha sido do jeito que Monteiro contou. O publicitário afirma que queria conseguir uma “prova” do suposto interesse do blogueiro  em mudar de lado. “Eu foi procurado pela agência AMA, que ofereceu vários personagens da web, inclusive a ‘Dilma Bolada’. Eu pensei: ‘nossa, o Jeferson tá querendo mudar de lado’. Já sabia que ele estava insatisfeito com o espaço que tinha no PT. Comecei a me comunicar com alguns amigos jornalistas, que me disseram que eu precisaria de alguma prova. Mandei um e-mail para ele, e ele respondeu”, afirmou.  

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Pedro Guadalupe não tem vínculos formais com a campanha do senador Aécio Neves à presidência, mas é apontado como colaborador do grupo do tucano em Minas Gerais. 

Para se defender em meio à polêmica, o publicitário divulgou uma nota, que segue abaixo:

Confira, na íntegra, a nota de Pedro Guadalupe:

“A respeito de notícias que circulam nos meios eletrônicos e na imprensa envolvendo o meu nome em negociações para contratação de Jeferson Monteiro, criador de perfis fakes da presidente Dilma Rousseff nas redes sociais, tenho a esclarecer o seguinte:

1 – Não tenho contrato com o PSDB nem nunca tive. Já trabalhei com o PP, que é um partido da base governista aliada em Minas Gerais.

2 – É publico que desejo de participar da campanha eleitoral de 2014 com o PSDB.

3 – Em momento algum tive qualquer tipo de iniciativa de procurar a “Dilma Bolada” (Jeferson Monteiro) ou pessoas ligadas a ele para tentar fazer qualquer tipo de acordo comercial.

4 – Em 29 de abril de 2014, recebi da empresa denominada AMA, que representa personalidades e canais na internet, a informação de que a “Dilma Bolada” participava de seu casting e fui indagado se tinha interesse em contratá-la. Embora não estivesse disposto a negociar a contratação da personagem, achei tão estranha oferta, que decidi apurar – mesmo sem ter comunicado essa decisão ao PSDB – se era verdade que um dos principais rostos do PT na internet estava realmente disposto a abandonar o partido.

5 – Em 9 de maio, enviei um e-mail a Jeferson Monteiro e recebi como resposta a confirmação de que ele estava aberto a negociações. Nesse episódio, eu tive sorte, mas fui ingênuo. Sem saber o que fazer com a informação de que a “Dilma Bolada” estava à venda, encaminhei os emails que comprovam a negociação ao jornal “Folha de S. Paulo”, às 14h de 19/05/2014. Essa foi a minha sorte, já que demonstra que a iniciativa de divulgar o diálogo foi minha. Cometi, no entanto um ato de ingenuidade: avisei a alguns amigos que trabalham com o PT que a “Folha de S. Paulo” estava com esse material e avaliava a publicação de uma matéria a respeito. Creio que essas pessoas alertaram Jeferson Monteiro, que antecipou a sua versão dos fatos. Basta, no entanto, ler os tópicos do diálogo para constatar a realidade dos fatos. Fica no ar a indagação: como o diálogo foi travado em 9 de maio, por que ele esperou até ontem (19) para divulgar a sua história? Não pode ser apenas coincidência o fato de Jeferson Monteiro ter decidido se manifestar justamente no momento em que a “Folha de S. Paulo” recebeu a informação.”

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.