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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino elencou cinco elementos para apontar que há “indícios robustos” da existência de uma organização criminosa voltada a desviar recursos públicos da cota parlamentar dos deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, do PL do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, há indícios da ocorrência de lavagem de dinheiro em função do fracionamento de saques e depósitos não superiores ao valor de R$ 9.999 – prática conhecida como “smurfing”; suspeita do uso da cota parlamentar para custear despesas “inexistentes e irregulares”; conversas de WhatsApp que tratam de pagamentos “por fora”; utilização de possíveis “empresas de fachada”; e elevadas movimentações financeiras “sem origem dos recursos”.
“O pedido da Polícia Federal, amparado em RIFs (relatório de inteligência financeira) e nas diversas conversas extraídas de celulares dos investigados, revela a existência de indícios robustos, bem como demonstra a imprescindibilidade das medidas requeridas para continuidade da investigação”, diz a decisão de Dino, que relata a investigação no Supremo.
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Os parlamentares e seus assessores foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta sexta-feira no Rio de Janeiro e Brasília. Em um endereço ligado a Sóstentes, que é líder do PL na Câmara, os agentes encontraram uma quantia de R$ 430 mil em dinheiro vivo.
Nas redes sociais, Jordy afirmou que é alvo de uma “perseguição implacável” e “pesca probatória”. Ao GLOBO, ele acrescentou que “não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz”. Sóstenes foi procurado, mas ainda não se manifestou.