Dilma x Merkel: brasileira tem muito mais a perder com o resultado do jogo

Mais do que oito títulos mundiais em campo, diversos fatores políticos também entram para esquentar a disputa entre Brasil e Alemanha

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Mais um interessante episódio está para ser escrito nas páginas da história das Copas do Mundo nesta terça-feira (8), data que marca o duelo de titãs do futebol por uma vaga na final do campeonato esportivo mais popular do planeta. No estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), Brasil e Alemanha se enfrentam às 17h (horário de Brasília). Mais do que oito títulos mundiais em jogo, diversos fatores extracampo também entram para esquentar a disputa.

De um lado, o anfitrião vem embalado por uma nação de 200 milhões e uma economia que movimentou R$ 4,8 trilhões em 2013. Apesar de os números mostrarem solidez em um primeiro momento, a sétima maior economia do planeta tem enfrentado dificuldades para continuar crescendo e atrair a confiança do mercado e seus próprios cidadãos. Nas rédeas deste conturbado momento, aparece o nome da presidente Dilma Rousseff – a primeira mulher a comandar o Brasil – e sua equipe econômica.

Tentando estragar a festa da equipe da casa, aparece a quinta maior economia do planeta – e mais expressiva de toda a Europa -, que se esforça em conduzir a recuperação de um continente castigado pelos efeitos da mais grave crise financeira das últimas décadas. A Alemanha vem com um retrospecto de R$ 2,7 trilhões de euros registrados em seu PIB no ano passado sob a liderança da chanceler Angela Merkel, voz ativa nas decisões tomadas dentro da União Europeia.

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Mais do que dois países em aparentes trajetórias bastante diferentes, a partida que colocará nas próximas horas Brasil e Alemanha frente a frente, traz outro ingrediente que alimenta ainda mais distorções. Enquanto a equipe europeia tem em sua chanceler a figura de uma torcedora apaixonada pelo esporte, Dilma é uma pessoa muito mais contida e se mostra muito menos fã de futebol. No entanto, da mesma forma, a presidente brasileira poderá acompanhar de olhos tão atentos como Merkel ao jogo, desta tarde talvez por motivos além do próprio desempenho da seleção brasileira em si, rumo ao hexa.

Para muitos especialistas do campo da política verde-amarela, o desempenho da seleção canarinha pode trazer impactos significativos no resultado das eleições presidenciais de outubro. Levando em conta tal perspectiva, Dilma poderia ser beneficiada pelo processo anestésico que o sucesso do hexa poderia causar sobre a insatisfação latente de parcelas crescentes da população.

Da mesma forma, o oposto também é válido: não se sabe até que ponto derrota para os tricampeões alemães poderia agredi-la politicamente, mas acredita-se que o risco disso acontecer existe. A resposta imediata virá quando a bola rolar, enquanto a outra só será conhecida efetivamente com o resultado das urnas, em outubro.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.