Dilma sairá da Copa fortalecida, mas o que acontecerá quando a euforia acabar?

Pesquisa Datafolha mostra ponto a favor para Dilma com evento esportivo, mas grande dúvida é o que virá depois do fim da euforia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A pesquisa Datafolha divulgada ontem deve ter sido bastante comemorada pela Dilma Rousseff, uma vez que mostrou uma importante recuperação da presidente na corrida eleitoral. Enquanto isso, os dois principais candidatos, Aécio Neves e Eduardo Campos, oscilaram dentro da margem de erro. Porém, o mercado deve seguir atento aos próximos levantamentos e no que deve acontecer após a euforia com a Copa acabar, conforme aponta a LCA Consultores. 

Enquanto a candidata do PT subiu 4 pontos para 38%, Aécio Neves subiu de 19% em junho para 20% neste mês. Já Eduardo Campos obteve 9% das preferências, contra apenas 7% em junho. Os demais candidatos possuem nove pontos percentuais neste levantamento,um crescimento de três pontos percentuais contra seis pontos em junho.

Como os candidatos nanicos somaram 9 pontos, houve empate entre Dilma e todos os demais candidatos, sustentando o cenário de que a eleição tende a se definir apenas no segundo turno, aponta a LCA Consultores.

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Tendo como base este cenário de segundo turno, uma boa notícia para o candidato tucano: a vantagem de Dilma contra Aécio voltou a cair: 7% em julho (46% a 39%), contra 8% em junho e 11% em maio. Frente a Eduardo Campos, Dilma tem um diferencial de 13 pontos percentuais, contra 15 pontos em junho e 17 pontos em maio. Assim, um dos pontos a ressaltar é que Aécio e Campos subiram 3 pontos percentuais juntos, afirma a XP Investimentos. 

Além disso, Dilma também subiu na pesquisa espontânea (seis pontos) e melhorou a percepção do eleitorado em relação à economia. O pessimismo com a evolução da inflação passou de 58% para 64% e com o desemprego foi de 43% para 48%. O percentual dos que dizem que a economia vai melhorar subiu de 26% para 30%.

A melhora do ambiente social em decorrência da Copa do Mundo certamente influenciou o resultado da pesquisa, aponta a LCA, pois o cenário econômico não melhorou nas últimas três semana. Às vésperas do começo da Copa, o brasileiro estava convivendo com greves, manifestações frequentes e o receio de que problemas poderiam comprometer o desenvolvimento da mundial.

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Problemas estão em 2º plano: mas e depois?
“Agora, tudo isso ficou em segundo plano diante do sucesso do evento”, ressalta a consultoria. Porém, resta saber o que ocorrerá quando o clima de festa acabar e os problemas cotidianos voltarem a ganhar destaque no noticiário, afirma a consultoria. Isso porque haverá um espaço de pouco menos de dois meses entre o fim da Copa e o primeiro turno para as eleições presidenciais. 

Porém, não pode se descartar que Dilma sairá fortalecida da Copa, sendo o grande teste a sua presença na final, afirma a consultoria. “Dificilmente ela será novamente xingada, dada a repercussão negativa (comprovada pelo Datafolha) do que ocorreu na primeira partida do mundial. Se não for vaiada, pode comemorar como se tivesse marcado um gol de placa”, afirma a consultoria.

“Em suma, a presidente Dilma ganhou com o alto astral do país, porém, a oposição somada também ganhou. Há que se destacar o efeito no curto prazo da Copa”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.