Dilma Rousseff zomba da Justiça brasileira, diz editorial da Bloomberg

A flagrante tentativa de proteger seu antecessor da lei não vai acabar bem - nem para ela, nem para o Brasil

Bloomberg

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A presidente Dilma Rousseff respondeu com zombaria aos pedidos em voz cada vez mais alta do povo brasileiro por mais responsabilidade. A flagrante tentativa de proteger seu antecessor da lei não vai acabar bem — nem para ela, nem para o Brasil.

Na quinta-feira, um juiz federal bloqueou a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. No cargo, ele estaria protegido das investigações de todas as instâncias judiciais, menos do Supremo Tribunal Federal. O juiz que emitiu a liminar argumentou que a nomeação deixaria o ex-presidente em posição de interferir nas investigações às suas atividades. Dilma poderá até ser capaz de superar esse argumento, mas ainda assim se colocou do lado errado da justiça e da história.

Antes mesmo de o circo de Lula começar, Dilma enfrentava a possibilidade de impeachment (pelas chamadas pedaladas fiscais) ou de ter sua eleição anulada (por supostas irregularidades no financiamento da campanha). Contudo, é difícil ver quem na elite política do Brasil poderia ajudar.

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Muitos dos que poderiam sucedê-la — desde o vice-presidente até os presidentes da Câmara e do Senado, passando pelo candidato que ela derrotou em 2014 — estão sendo investigados ou estão sob suspeita no vasto escândalo de corrupção e pagamento de propinas que envolve a Petrobras. As revelações dos acordos de delação premiada e os processos pendentes prometem envolver ainda mais membros da elite política e empresarial do Brasil.

Analistas políticos agora acreditam na saída de Dilma antes do final de seu mandato, em 2018, e os mercados e a moeda brasileira estão subindo com essa perspectiva. Contudo, a saída de Dilma não corrigiria a economia do Brasil, nem sua cultura de corrupção e impunidade que inspiraram uma memorável frase atribuída a Lula: Quando um pobre rouba, vai para a prisão; quando um rico rouba, vira ministro.

Uma solução para este problema duradouro recai sobre Sérgio Moro, o juiz federal que vem diligentemente perseguindo, processando e — o mais importante — prendendo os envolvidos no escândalo da Petrobras, com aclamação pública. A decisão de Moro de divulgar gravações incriminatórias de Lula e Dilma discutindo o cargo de ministro foi contestada juridicamente pelo gabinete presidencial. Porém, como afirmou Moro na defesa de sua decisão: “A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”.

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A outra solução envolve os eleitores, que terão a chance de expressar seu desejo por políticos mais honestos nas eleições municipais neste ano. A menos que o Tribunal Superior Eleitoral anule o resultado da eleição presidencial de 2014: neste caso, os eleitores terão que arrumar a casa de cima para baixo.

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