Dilma prepara anúncio de rombo histórico de até R$ 50 bilhões

Déficit virá enorme porque o governo tomou a decisão de incorporar as “pedaladas fiscais” que continuaram a ocorrer em 2015

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, o ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, anunciou que o governo deve apresentar alterações à meta fiscal deste ano até o final da semana.

E, de acordo com o blog de Fernando Rodrigues, do UOL, o governo deve admitir que haverá um déficit primário entre 0,5% a 0,85% do PIB, com o buraco total na previsão mais pessimista e provável equivalente a R$ 49,9 bilhões. No início do ano, a meta era de um superávit de 1,13% do PIB, ou R$ 66,3 bilhões e, em julho, caiu para 0,15% do PIB, ou R$ 8,8 bilhões. 

Dilma Rousseff voltará ao Brasil na 4ª e revisará o que a equipe econômica apresentará de previsão de déficit para este ano. Só então a nova meta orçamentária vai para o Congresso.

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Conforme informa o colunista, o déficit virá enorme porque o governo tomou a decisão de incorporar as “pedaladas fiscais” que continuaram a ocorrer em 2015.

Vale ressaltar que, segundo informações do jornal Valor Econômico de hoje, o Ministério da Fazenda trabalha numa proposta de acerto de contas entre a União e o BNDES para quitar o estoque de R$ 24,5 bilhões das “pedaladas fiscais” e cumprir a exigência feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) de que as contas sejam regularizadas. 

Assim, a ideia é terminar o ano sem esse problema, que pode debelar o risco de impeachment de Dilma Rousseff. O principal argumento da oposição contra Dilma é que houve “pedaladas fiscais” também em 2015, conforme um parecer apresentado pelo Ministério Público ao TCU. 

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De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, entretanto, a presidente e os ministros da Junta Orçamentária ainda não decidiram se pedaladas seriam quitadas este ano de uma vez só ou em partes.

Caso seja confirmado, o déficit primário de 0,85% seria o maior já registrado desde o início da série histórica do Banco Central, em 2001, informa a coluna. A marca superaria o único déficit primário registrado até agora, no ano passado, de 0,63% do PIB.

Segundo fontes ouvidas pela Reuters, além de reconhecer novo déficit primário neste ano, o governo também deve colocar mais um mecanismo que o permitiria elevar esse teto, já que novas frustrações de receitas podem ocorrer. “O número (do déficit primário deste ano) tem mudado muito por isso”, explicou outra fonte, que também faz parte do governo.

O governo ainda conta com algumas receitas extraordinárias neste ano, segundo a primeira fonte, como as concessões de hidrelétricas marcadas para o próximo dia 6, que poderiam gerar receitas de 11 bilhões de reais neste ano. E não quer mais anunciar cortes no Orçamento, acrescentou a fonte da agência de notícias. O número final precisa ser enviado à Comissão Mista do Orçamento ainda esta semana.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.