Dilma leva ou não leva eleições? Saiba por que alguns acham que sim, enquanto outros não

Enquanto Eurasia e Tendências veem eleição mais para Dilma, Nomura e MCM acreditam em mais chances da oposição ganhar; economia e tempo de televisão são alguns dos fatores principais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A eleição está há pouco mais de dois meses de acontecer mas, mesmo assim, o cenário ainda está nebuloso, com o pleito ainda estando longe de ser decidido. 

Por um lado, um dos motivos de maior incerteza é relação aos efeitos da economia na eleição, que podem levar a mudança de humor para os brasileiros e tornar mais incerta a reeleição de Dilma Rousseff. Por outro, o tempo de televisão maior da presidente pode levar a uma estabilização das intenções de voto. 

Neste ambiente, as consultorias já apontam para as probabilidades de Dilma ser reeleita e de perder as eleições. Enquanto isso, há quem acredite que as probabilidades da oposição ganhar – mais notoriamente o candidato do PSDB Aécio Neves – são maiores Porém, vale ficar de olho nas próximas avaliações destas consultorias, que podem ser refeitas após a divulgação da pesquisa Ibope, que deve ser divulgada ainda hoje, à noite. Veja o cenário apontado pelas consultorias para as eleições – e os motivos para tanto.

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Os que acham que ela vai se reeleger

Chances de reeleição de Dilma são menores, mas ela ainda é favorita, destaca Eurásia
As chances de a presidente Dilma Rousseff ser reeleita diminuíram para a Eurasia Group, mas elas ainda são majoritárias, com probabilidade de 60% da petista seguir no cargo no ano que vem. Por outro lado, a piora da perspectiva da petista reflete o cenário econômico pior do que o esperado, o que fez a consultoria revisar para baixo a expectativa de 70% para 60% no final de julho.

Dilma continua sendo a favorita a vencer a corrida eleitoral, afirma, uma vez que  “os índices de aprovação estão consistentes e em linha com os níveis apresentados pelos governantes que conquistam a reeleição”, explicou a Eurasia

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Para a consultoria, os índices de aprovação da presidente se estabilizaram e devem voltar a crescer com o início da campanha eleitoral na televisão. “A menos que haja uma grande deterioração no mercado de trabalho, o aumento da polarização do eleitorado deve aumentar ainda mais a base de suporte de Dilma”, concluiu a Eurásia.

Dilma tem 55% de chances de ganhar eleição, aponta Tendências
De acordo com estudo da Tendências Consultoria Integrada, as chances de Dilma ser eleita são apertadas, mas ela é favorita. Para Rafael Cortez, analista político da consultoria, a presidente tem 55% de chances de confirmar sua reeleição nas urnas em outubro.

O principal opositor de Dilma nas urnas, Aécio Neves, do PSDB, tem 45% de chances de vencer a corrida eleitoral. Mesmo com a vantagem de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, “a eleição ainda está em aberto.” Por outro lado, de acordo com Cortez, a oposição ainda tem espaço para crescer nas pesquisas, diante da fraqueza da economia brasileira.

Os que acham que não vai se reeleger

Nomura: 70% de chances da oposição ganhar de Dilma na eleição
Após duas rodadas de pesquisas, no final de julho, a Nomura elevou de 60% para 70% as chances da oposição vencer as eleições de 2014. De acordo com a corretora, a sustentação da diferença ainda positiva para a presidente Dilma Rousseff depende essencialmente em manter uma liderança difícil no Sul, para que assim ela leve a eleição, aponta a corretora. O Sul apresenta um grande número de votos nulos. 

Em 2006 e 2010, o PSDB venceu na região. Pelo último Datafolha, Dilma lidera ali, com 36%; ante 18% de Aécio e 6% de Eduardo Campos (PSB). “Até esse ponto, isso é uma anomalia, pois vai contra o que já aconteceu no Sudeste, que é similar ao Sul em termos políticos e sociais”, afirma Tony Volpon, diretor da Nomura em Nova York.

“Se o Sul se mover a tendência para o candidato da oposição pela metade do que o Sudeste já se moveu, Aécio Neves deve vencer as eleições no segundo turno”, destaca o relatório da Nomura. Em meados de junho, a corretora havia destacado uma chance de 60% de vitória da oposição, com Aécio sendo o favorito.

MCM Consultores: 60% oposição; 40% Dilma
No final de julho, a MCM Consultores apontou pela primeira vez que a oposição teria chance de 60% a 40% de derrotar Dilma – antes, as chances eram iguais.

“Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer, que a presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A campanha ainda nem começou efetivamente”, afirmaram os analistas da MCM em nota a clientes. “Contudo, a nosso juízo, já existem elementos suficientes para atribuir mais probabilidade de vitória à oposição do que à candidatura governista.”

A piora no quadro econômico também foi apontada para a redução das perspectivas de reeleição para Dilma, além da baixa competitividade das candidaturas petistas em boa parte dos estados mais importantes do País.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.