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SÃO PAULO – Já se passaram mais de dois meses do afastamento da presidente Dilma Rousseff, sem que houvesse grandes avanços positivos para que ela conquistasse o seu principal objetivo: obter mais votos de senadores contra o impeachment, conforme destaca o jornal O Globo.
Segundo o jornal, aliados de Dilma continuam dizendo ser possível mudar o placar do impeachment, que hoje apresenta boa margem favorável ao impeachment. Porém, aos poucos, Dilma já retira seus objetos pessoais do Palácio da Alvorada — que terá que desocupar caso o impeachment se confirme — e levando-os para seu apartamento em Porto Alegre. Sempre que vai para a capital gaúcha, ela consegue levar duas malas com objetos pessoais e carrega também a bicicleta com a qual se acostumou a fazer seus exercícios diários, diz o jornal.
Dilma tem recebido senadores aliados e concedido entrevistas a emissoras de rádio em brasília. De acordo com interlocutores ouvidos pelo jornal, ela está consciente das dificuldades de virar o quadro político, mas não desistiu dos planos de voltar à Presidência. Entre uma das apostas para virar o quadro, está o fato de Michel Temer governar com uma enorme e heterogênea coalizão, o que o impede de atender a todos os aliados. Os aliados da petista torcem pelo aumento das insatisfações.
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Vale destacar que, segundo notícia do jornal O Estado de S. Paulo do último domingo, a defesa de Dilma está disposta a um acordo com a acusação para diminuir a quantidade de testemunhas a serem ouvidas na fase final do processo de impeachment. A redução evitaria que a sessão de julgamento, prevista para começar em 25 de agosto, se prolongue e paralise o Senado no segundo semestre.
Segundo o jornal, para setores do PT, um desfecho mais ou menos célere do impeachment não interferirá, necessariamente, no resultado do processo, mas poderá criar problemas em meio às eleições deste ano. A exposição do julgamento prejudicaria candidaturas do partido para prefeituras e Câmaras municipais. O ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo e atual advogado de Dilma disse que concorda com a redução do número de testemunhas.
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