Ela defendeu um “amplo diálogo” entre todas as forças da sociedade brasileira e afirma que empresários e trabalhadores devem participar da construção de propostas para sair da crise.
A presidente afastada ainda destacou que o momento é grave e requer “coragem e clareza de propósito” e que impeachment sem crime de responsabilidade é “ruptura da ordem”. “Não devemos permitir que uma eventual ruptura da ordem democrática baseada no impeachment sem crime fragilize nossa democracia”. Ela afirmou que lutará com todos os instrumentos disponíveis para defender a democracia.
“Ao contrário de quem começou o processo [de impeachment], não tenho contas secretas no exterior nem desviei dinheiro”, afirmou, em referência ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ela ainda afirmou que resistiu ao cárcere e à tortura e fez um apelo aos senadores para que não cometam o que ela classificou de uma “injustiça” ao condenar uma inocente. Por fim, a presidente afastada afirmou que quem deve decidir o destino do Brasil é o povo do País.
Acompanharam Dilma na entrevista os ex-ministros Eleonora Menicucci (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres), Jaques Wagner (Relações Institucionais), Ricardo Berzoini (Gabinete de Governo) e Aloizio Mercadante (Educação e Casa Civil).
Vale destacar que o documento foi estudado nos últimos dias por Dilma e aliados, inclusive parlamentares, e será um dos últimos posicionamentos dela antes do julgamento final do processo de impeachment. Na semana passada, 59 senadores votaram pela aceitação do parecer que dá continuidade ao processo. Com isso, o julgamento de Dilma por crime de responsabilidade terá início no próximo dia 25, uma quinta-feira.
Confira a carta na íntegra:
Confira o vídeo do pronunciamento de Dilma na íntegra: