“Dilma é socialista e não deixará Petro e Vale lucrarem o que elas podem”

Governo vê companhias como essenciais para engrossar o cofre do governo, acredita Jim Chanos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Em uma conferência de gestores de Hedge Fund realizado pela Sohn Research Foundation, Jim Chanos, fundador da Kynikos Associates, alertou: o governo brasileiro, liderado por Dilma Rousseff nunca deixará duas das principais companhias nacionais, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), lucrarem o que podem ganhar.

“As pessoas estavam preocupadas se o Lula era um socialista, bom, a Dilma certamente é uma socialista”, afirma o gestor. As ações das duas empresas estão entre algumas de suas favoritas para serem operadas no campo negativo, já que a o governo deverá continuar usando sua influência em ambas companhias para diminuir os retornos – uma espécie de capitalismo de estado complicado. 

O sufocamento das companhias deve impedir que os acionistas lucrem o que lhes seria permitido caso a gestão de ambas empresas fosse puramente privada. Enquanto a Petrobras é assumidamente uma estatal, o governo tem usado sua participação no Previ para impor algumas decisões na Vale – como a saída de Roger Agnelli, ex-CEO (Chief Executive Officer) da companhia e a decisão de investir em siderurgia.

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Ambas as companhias foram ultrapassadas este ano em valor de mercado pela Ambev (AMBV4) – embora a Petrobras já tenha conseguido retomar. “Um retorno econômico puro nunca vai ocorrer”, disse – destacando que o governo vê as duas companhias como importante fonte de receitas para os cofres do Estado, e tem utilizado a regulação de impostos para tal. 

Ele destaca que a Vale também é muito dependente do apetite da China em minério de ferro, o que deve ser um problema nos próximos meses e anos – já que o gigante asiático vem expandindo seus investimentos nos seus próprios projetos de mineração. “E estão expandindo em um ponto em que a demanda deve cair”, avisa. 

Já a Petrobras sofre de um problema de gestão. No mesmo momento em que gasta trilhões para explorar poços no oceano, não pode cobrar os preços completos dos consumidores – uma política de preços completamente travada. Assim, Chanos acredita que os acionistas da Petrobras estão efetivamente subsidiando as políticas do governo de Dilma Rousseff.

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