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BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que a “situação real” vivida pelo Brasil é de inflação e contas públicas sob controle em um momento em que a alta dos preços e a fragilidade da economia começam a afetar sua popularidade.
Em cerimônia de lançamento do programa Minha Casa Melhor, a presidente aproveitou para atacar aqueles que afirmam que a elevação dos preços pode fugir ao controle e fez questão de dizer que “não há a menor hipótese” de seu governo ser leniente com a inflação.
“Não há a menor hipótese, primeiro porque a inflação não está sem controle, e segundo porque o governo tem todas as condições para impedir que ela fuja do controle”, disse Dilma em discurso para lançar o programa, que facilita acesso a bens como eletrodomésticos a beneficiados pelo programa Minha Casa Minha Vida.
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Em um momento em que pesquisas de opinião apontam queda na popularidade da presidente principalmente por conta da alta da inflação, Dilma foi enfático ao elogiar a atual situação econômica do país.
“É muito importante que o Brasil tenha uma visão do seu futuro condizente com a situação real que vive e a situação real que o Brasil vive é inflação sob controle, contas públicas sob controle”, disse.
“Isso significa que quando nós olhamos no entorno a relação do Brasil com vários componentes que caracterizam os indicadores macroeconômicos, é muito saudável.”
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No fim de semana, um levantamento do instituto Datafolha apontou queda de sete pontos na popularidade da presidente e, na terça, a tendência também foi mostrada em pesquisa CNT/MDA.
A queda na popularidade da presidente acontece no pior momento de seus quase dois anos e meio de governo, com Dilma enfrentando problemas econômicos e ressentimentos em sua base aliada no Congresso.
Ao rebater os críticos, disse que aqueles que agora afirmam que a inflação sairá do controle são os mesmos que, no início do ano, apontavam risco de problemas no abastecimento de energia elétrica e racionamento, o que a presidente chamou de “leviandade política”.
“E leviandade política é grave, porque ela não afeta uma pessoa, ela afeta o país”, disparou.
Rejeitando pessimismo
A presidente, que no início da semana fez uma viagem a Portugal, um dos países mais afetados pela crise econômica na zona do euro, também lançou mão de um clássico da literatura portuguesa para atacar os críticos.
Dilma mencionou o personagem conhecido como Velho do Restelo, da obra “Os Lusíadas”, do poeta português Luís de Camões, que expressava pessimismo com as grandes explorações portuguesas iniciadas no final do século 15 e que resultaram na descoberta de um novo caminho para as Índias e na chegada ao Brasil.
“O Velho do Restelo é um personagem que encontra eco através da história”, disse. “Hoje o Velho do Restelo não pode, não deve e, eu asseguro para vocês, não terá a última palavra no Brasil.”
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