Dilma diz que governo trabalha para trazer inflação para 6,5% em 2016

"O Banco Central está falando que olharemos isso em um horizonte até 2017, mas está falando isso a respeito do 4 e meio. Estou falando que queremos nos aproximar da banda de cima da meta o mais rápido possível neste ano”, afirmou a presidente

Reuters

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BRASÍLIA (Reuters) – A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o governo trabalha para trazer a inflação para dentro da meta de inflação ainda este ano, após a inflação ter acelerado em 2015 para mais de 10 por cento e estourado a meta.

A declaração foi dada em café da manhã no Palácio do Planalto com repórteres de jornais, rádios e TVs, do qual a Reuters e outros veículos foram excluídos.

Dilma afirmou que o Banco Central fala no horizonte de 2017 para trazer a inflação para o centro da meta, que é de 4,5 por cento, mas que o objetivo neste ano é trazê-la para dentro da banda de tolerância, entre 2,5 a 6,5 por cento.

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“O Banco Central está falando que olharemos isso em um horizonte até 2017, mas está falando isso a respeito do 4 e meio. Estou falando que queremos nos aproximar da banda de cima da meta o mais rápido possível neste ano”, afirmou a presidente, de acordo com áudio da entrevista distribuído pelo Planalto depois do encontro.

A inflação brasileira deve ter encerrado 2015 acima de 10 por cento pela primeira vez desde 2002, mesmo com o país registrando sua maior contração em décadas, segundo pesquisa da Reuters. Para este ano, a expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelere para 6,87 por cento, ainda acima do teto da meta do governo, de acordo com a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.

“Uma das melhores diferenças de 2016 é que acho que temos todas as condições para o processo de redução da inflação ocorrer. Aliás, de uma certa forma, o mercado também avalia um pouco nesta direção, de que os fatores que levaram ao aumento dos preços estão em declínio”, disse Dilma. “Nosso objetivo é que ela volte mais rapidamente para a meta,”

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A presidente Dilma reconheceu que o equilíbrio fiscal é essencial para reduzir a inflação, e defendeu o superávit primário –economia para pagar os juros da dívida- equivalente a 0,5 por cento do Produto Interno Bruto neste ano.

Em 2014 e em 2015, as contas do setor público brasileiro fecharam no negativo, contribuindo para o avanço da inflação.

“Garantindo um superávit de meio por cento este ano, e o equilíbrio fiscal, teremos todas as condições para que a inflação se equilibre, volte para o centro da meta, volte para a meta”, disse Dilma.

“Achamos que se houver certas condições prévias, aprovação da CPMF, DRU, aprovar as duas medidas provisórias, se tiver esse horizonte, você estabiliza a economia e consegue fazer convergir. Tem que haver um processo.”

JUROS

O mercado acredita que o Banco Central deve iniciar um novo ciclo de elevação dos juros já a partir deste mês para tentar conter a inflação. Questionada sobre a alta da taxa de juros, a presidente recusou-se a comentar.

“Eu há muito tempo não me manifesto sobre juros. Não vou me manifestar sobre juros, não vou falar e não vou tecer qualquer consideração por um motivo muito simples: é área muito delicada para ficar dando palpite”, afirmou.

“Eu sei que todo mundo dá palpite, nessa área os palpites são muitos. Não é adequado para alguém do governo que não o presidente do BC falar sobre isso”, disse.

Dilma também negou que o governo esteja analisando o uso das reservas cambiais para investimentos em infraestrutura. A ideia chegou a ser levantada por grupos do PT, partido da presidente, que apresentaram algumas sugestões ao governo. “Não estamos pensando nisso”, afirmou.

A conversa com os jornalistas durou cerca de uma hora e meia. Logo depois do encontro, Dilma embarcou para Porto Alegre para conhecer o novo neto, filho de Paula Rousseff. Guilherme nasceu às 7h11 da manhã desta quinta-feira e é o segundo filho de Paula.

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