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SÃO PAULO – Em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que a presidente Dilma Rousseff, também afastada, teria oferecido ajuda no processo que é movido contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal). “Ela me convocou para falar de medidas e sei lá o quê e disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”, afirmou ele ao jornal, citando um encontro reservado em setembro de 2015, após o rompimento dele com o governo.
Cunha diz ter mantido a suposta oferta em segredo até agora porque, “concretamente, ela não disse o que ia fazer”. “Considerei uma bravata.” Em resposta, o antigo advogado geral da União José Eduardo Cardozo negou enfaticamente a versão, dizendo que Cunha não merece “nenhuma credibilidade”. “Eduardo Cunha não é aquele deputado que disse uma vez que não tinha conta no exterior e depois todos viram que era mentira?”, questionou. “Ele é afiado na arte de faltar com a verdade e, neste caso, está exercitando a habilidade de forma escandalosa.”
Ao ser perguntado sobre a decisão de deflagrar o impeachment, em 2 de dezembro, veio na esteira da decisão do PT de não apoiá-lo no Conselho de Ética, Cunha negou, afirmando que a decisão já estava tomada. “Se você olhar o cronograma das decisões, verá que eu tinha prometido publicamente que, até o dia 30 de novembro, eu traria uma decisão. Por que eu acatei o pedido em 2 de dezembro? Primeiro, por que eu quis homenagear a data de aniversário da minha filha. Segundo, porque eu vi que iriam votar a mudança da meta [fiscal] na sessão do Congresso Nacional. Eu queria que a decisão fosse antes da votação da mudança da meta. Se eles votassem a mudança da meta, eles ficariam com discurso político de que a meta já tinha sido votada”.
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Cunha afirmou que não fez chantagem, dizendo que foi o próprio que não aceitou chantagem de Dilma. “Tenho três testemunhas que estavam na minha sala quando Jaques Wagner surgiu na linha do telefone tentando falar comigo. Ele dizia: ‘O PT quer votar com você. A gente faz tudo, não faça isso’. O [deputado] André Moura [PSC-SE] estava com Jaques Wagner na outra linha dizendo que ele estava insistindo para falar, e eu disse não falaria com ele”, afirmou.
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