Dilma defende robustez fiscal e nega mudança na equipe econômica

A presidente reuniu na véspera seu ministério para discutir os cinco pactos acordados com governadores e prefeitos após as manifestações de rua, com atenção à robustez fiscal e à reforma política

Reuters

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BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff descartou mudanças no momento em sua equipe econômica, e reforçou a necessidade de o país ter as contas públicas equilibradas para ajudar no controle da inflação e atravessar o período de transição para uma política monetária menos expansionista nos Estados Unidos.

“Não está à vista nenhuma (mudança na equipe econômica)”, disse a presidente em uma rara entrevista coletiva nesta segunda-feira, durante reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília.

A presidente reuniu nesta segunda-feira seu ministério para discutir os cinco pactos acordados com governadores e prefeitos após as manifestações de rua, com atenção à robustez fiscal e à reforma política.

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Os cinco pactos – nas áreas de responsabilidade fiscal, transportes, saúde, educação e pela reforma política – foram anunciados na segunda-feira da semana passada pela presidente, em resposta às reivindicações populares por melhoria dos serviços públicos, entre outros temas.

Segundo a presidente, a estabilidade fiscal foi discutida de maneira “bastante profunda” no encontro com os ministros, uma vez que Dilma afirmou ser necessário o aumento de investimentos em áreas como saúde e educação, além de reforço nas políticas, na gestão e na execução das ações do governo.

“Como fazer uma coisa que é importante para o país assegurando ao mesmo tempo a robustez fiscal? Nós sempre temos que fazer com responsabilidade. Isso é função do governante. Se não, nós caímos na situação em que hoje está a Europa”, disse.

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Mesmo defendendo o equilíbrio fiscal, a presidente afirmou que não irá cortar gastos sociais para poder atender às demandas das ruas.

“Meu governo jamais negociará qualquer redução de gasto social”, disse a presidente, acrescentando que a redução dos gastos sociais não está na pauta de reivindicações das ruas.

REFORMA POLÍTICA

Dilma afirmou que enviará na terça-feira uma sugestão para o plebiscito sobre a reforma política à Câmara e ao Senado, e que gostaria de ver as mudanças já em vigor para as eleições de 2014, embora tenha reconhecido que isso não depende do governo.

“Do nosso ponto de vista, seria de todo oportuno, mas não temos como definir isso, depende do prazo que der o Tribunal Superior Eleitoral e, em função desse prazo, que eu não sei qual será, depende do Senado e da Câmara”, afirmou Dilma, explicando que o governo fez uma consulta ao TSE sobre o processo e seus prazos.

“Eu gostaria muito, para levar em conta toda essa energia que vimos nas mobilizações, que tivesse efeito sobre a eleição (de 2014)”, disse.

Entre as sugestões de temas para o plebiscito, Dilma citou o sistema de financiamento das campanhas e de voto vigentes, mas ressaltou que caberá ao Congresso definir as perguntas que serão feitas à população.

A presidente e aliados têm defendido a realização do plebiscito para consultar a população. Já partidos da oposição preferem um referendo, que seria feito após o Congresso aprovar uma reforma.

“Nós consideramos o método plebiscito porque achamos que é importante que haja esse protagonismo, nesse momento, da população”, argumentou Dilma.

Para ela, as manifestações populares não podem ser comparadas a outras mobilizações recentes ocorridas em outros países, motivadas por questões religiosas, por recessão econômica ou por falta de liberdades democráticas.

“Não é o caso do Brasil”, afirmou, reiterando que o país é democrático e tem uma das menores taxas de desemprego “da história” e “do mundo”.

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