Dilma cai e Bolsa sobe? Para analistas, esta equação não funciona mais

Mercado responde mais a medidas de Levy do que a pesquisas eleitorais desde que Dilma foi eleita e empossada, acreditam analistas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A taxa de aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) cai, sua taxa de rejeição aumenta, e investidores correm para comprar ativos na Bovespa. Este foi o filme mais repetido no ano passado, quando as eleições eram o assunto mais comentado junto com a Copa do Mundo. Estes dias acabaram na opinião de muitos analistas e hoje uma alta na Bolsa voltou a ser só uma alta e uma pesquisa só uma pesquisa.

Nesta quarta-feira (1), a proporção de pessoas que consideram a gestão de Dilma como boa ou ótima pela CNI/Ibope caiu de 40% para 12%. Já os que veem o governo como ruim ou péssimo aumentaram de 27% para 64%. 

Ao mesmo tempo, o Ibovespa subia 2,86%, na máxima do dia. Poderia ter alguma relação, mas as notícias no pregão já apontavam para este cenário. Na terça-feira (31), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu um acordo para adiar a votação do indexador da dívida de estados e municípios, tornando mais próximo o ajuste fiscal. Os dados do PMI (Índice Gerente de Compras) da China também traziam pressão compradora também, já que aumentavam as apostas para estímulos na segunda maior economia do mundo. 

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Segundo o analista da Spinelli, Elad Revi, não faria tanto sentido um aumento da rejeição da presidente fazer a Bolsa ficar positiva, uma vez que quanto menor for a sua popularidade, mais difícil será realizar os ajustes fiscais, que são por definição medidas impopulares. “Hoje aquele acordo entre o Levy e o PMDB é refletido na Bolsa, assim como o apoio de Dilma aos ajustes fiscais. Talvez até um fôlego gráfico”, explica. 

Também é da mesma opinião o analista da Guide Investimentos, Lauro Vilares, que lembra que o Ibovespa já estava subindo com força antes da divulgação da pesquisa. “Este tipo de pesquisa não impacta mais tanto, não estamos mais em época de eleições”, avalia. 

A opinião de muitas pessoas dentro do mercado é de que as pesquisas de opinião impactavam na época das eleições porque traziam consigo a possibilidade de que um candidato da oposição, como Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), fosse eleitos. Hoje, Dilma está eleita e empossada, de modo que a entrada de um oposicionista por meios democráticos é bastante improvável. 

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Assim, o que os investidores realmente esperam é que a presidente mantenha seu apoio a Levy e permita que ele implemente as suas medidas de corte de gastos, o que colocaria as contas públicas em ordem e permitiria que o País retome o crescimento no futuro. 

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