Dilma ataca Marina, fala sobre escândalo na Petrobras e autonomia do BC

A candidata à reeleição fala nesta sexta-feira em sabatina do jornal O Globo

Paula Barra

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SÃO PAULO – Dando sequência à série de entrevistas do jornal O Globo com os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff, do PT, fala nesta manhã. Logo de início, a petista disse que acredita em partidos em uma democracia e que “todos os partidos têm pessoas corruptas, boas e más”. 

“Não se governa sem partido. Eu não acho que a democracia possa prescindir de partido. Tem partido que tem compromissos históricos”, disse a candidata. “Os nossos têm equívocos, erros e até limitações, mas temos um tempo muito pequeno de democracia”, complementou. 

Ela disse que acredita em partidos, mas vê um excesso no País. “Quem tem bons partidos, tem democracias históricas. Há uma crise de representação no Brasil”, comentou.  

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A candidata disse ainda que defende a autonomia do Banco Central mas não a independência da instituição. “Eu defendo a autonomia operacional. Independência do Banco Central, não. O BC não é um poder”, comentou. 

Questionada se havia errado em alguma decisão, Dilma disse que tem grande respeito pelo trabalho de Guido Mantega. “Ele está passando por uma fase difícil da vida dele pessoal, que não vamos comentar. Ele me comunicou que não vai continuar até o fim do governo. Governo novo, equipe nova, ideia nova”, afirmou.  

Caso Petrobras
Em relação ao escândalo envolvendo a Petrobras (PETR3; PETR4), Dilma disse que se tivesse sabido qualquer coisa sobre Paulo Roberto Costa, ele teria sido demitido e investigado. “Não deixei ele lá. Eu tirei com 1 ano e 4 meses. Primeiro, eu não sabia o que ele estava fazendo. Ele não era uma pessoa da minha confiança. Não é nem confiança… Ele não tinha afinidade…”, disse. 

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Dilma faz rebate também ataques feitos ontem pela candidata do PSB, Marina Silva, que acusou o PT de roubar a Petrobras por 12 anos. “Não é correto, por exemplo, ela dizer que o PT botou uma pessoa por 12 anos para roubar a Petrobras. Ela esqueceu que esteve lá. Ou foi membro do governo, como eu, ou no senado”, disse. E complementou: “nos quatro anos que ela (Marina) não participou do governo, foi quando exatamente o sujeito saiu do governo. A minha divergência com ela é com o que ela diz no programa”. 

A candidata comentou ainda que a diretoria da Petrobras tem autonomia para o dia-a-dia dela. “São eles quem decidem quem continuar ou não. Na época, achamos que precisava fazer”, disse em referência a obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com um parecer técnico interno da empresa, o qual o Globo teve acesso, apontava que a refinaria não deveria ser construída caso a obra superasse o valor de R$ 10 bilhões. 

“Eu não tenho condição de avaliar tecnicamente que não sei de cabeça quais foram as justificativas da empresa para continuar a fazer a refinaria. O Brasil tem que ter refinaria porque temos que ser exportadores de petróleo. Se eu produzo petróleo bruto e não refino eu condeno o brasil a vira um a commodities . Teremos muito mais que produzir”, justificou. 

Aumento de preços da gasolina e energia
Questionada se a candidata iria permitir que aumento o preço da gasolina e energia, Dilma disse que os preços da energia elétrica, este ano, têm crescido razoavelmente, enquanto no caso da gasolina aponta que fez reajustes durante seu governo nas refinarias. 

“A gasolina. Quero entender algumas coisas que vocês me perguntaram. Qual a situação? No meu governo ajustei o combustível na refinaria em 32%. O reajuste na bomba é menor. Eu reajustei em termos reais acima da inflação”, comentou. Por que atrelar o preço da gasolina ao mercado internacional?, questionou a presidente.

Em relação ao setor elétrico, Dilma comentou ainda que em seus quatro anos de governo fez a mesma quantidade de geração do que Fernando Henrique em oito anos. “Nós tomamos providências para que os apagões não acontecessem”, disse.

Aliados do governo
Perguntada se a candidata se orgulhava de ser aliada e apoiada por Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor, Dilma disse que as pessoas podem fazer suas alianças e manter suas posições.

“Eu respeito bastante o ex-presidente Sarney. Collor a Justiça inocentou. Não sou uma instância de condenação de Collor. Agora, ele não é uma pessoa absolutamente próxima. Ele tem sua posição lá em Alagoas. O presidente da República não pode afastar, nem cassar ninguém”, comentou.  

Financiamento do porto em Cuba
Em relação ao porto de Mariel, em Cuba que o governo financiou, Dilma disse que esse dinheiro saiu mas voltou para o bolso dos brasileiros. “Financiamos pelo mesmo motivo que os Estados Unidos exportam para cá, para criar empregos. Esse processo se chama internacionalização. Tem uma parte de equipamentos e outro em engenharia civil”, disse.

As obras do porto custaram US$ 957 milhões e receberam aporte de US$ 682 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

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