Dia D na Bolsa: Datafolha e Relatório de Emprego prometem agitar o mercado

Yellen aumentou a importância do relatório do emprego nesta quinta-feira, mesmo assim o foco dos investidores brasileiros deve se manter nas eleições

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Os investidores devem se preparar. Esta quinta-feira (3) promete ser bastante agitada tanto no cenário doméstico quanto no exterior, com as expectativa diante da nova pesquisa Datafolha e o relatório de emprego nos EUA, que depois do discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, ganhou ainda mais importância.

Nesta quarta-feira as eleições já tiveram seu efeito diante dos rumores de que o Datafolha – cujo levantamento termina hoje, podendo a divulgação ocorrer entre hoje e sexta-feira – mostre uma reação de Dilma nas intenções de voto. E um dos motivos é a Copa do Mundo, que é apontada como um fator positivo para a presidente, já que o evento está sendo bem sucedido e é visto como um sucesso.

De acordo com o analista político da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro, o levantamento deve indicar estabilidade ou aumento das intenções de voto na presidenciável petista. O próprio PT estaria esperando a alta de Dilma no próximo levantamento. Os sinais de Dilma Rousseff nas pesquisas têm levado, desde março, a uma alta das ações e vice-versa, uma vez que uma boa parcela liberal dos investidores está se mostrando mais resistente às medidas intervencionistas do atual governo na economia nacional.

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Para o economista Alex Agostini, da Austin Rating, o momento do mercado está mais voltando ao cenário interno, reduzindo os impactos do noticiário internacional. “Estamos menos suscetíveis à fatores externos, pelo menos até o ano que vem, quando os efeitos das eleições já terão ficado para trás”, afirmou. Para ele, qualquer rumor ou mesmo a divulgação da pesquisa deve ofuscar qualquer notícia que venha do resto do mundo.

Relatório de emprego promete agitar o mercado
Apesar do brasileiro estar de olho no Datafolha, um indicador importante será apresentado nos EUA: às 9h30 (horário de Brasília) será divulgado o relatório de emprego de junho. Sua importância aumentou ainda mais após Janet Yellen declarar nesta tarde que o Fed deve focar no emprego e não na estabilidade econômica para tomar suas decisões em relação à retirada de estímulos e aumento dos juros.

Segundo analistas consultados pelo MarketWatch, caso os dados de emprego registrem uma forte melhora diante do que está sendo esperado, o mercado poderia voltar a registrar fortes altas após perder força nos últimos dias, se mantendo próximos da estabilidade. Para eles, o resultado de amanhã pode levar o Fed a repensar sua estratégia daqui pra frente, o que poderia impactar os mercados do mundo todo.

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Nesta manhã, os dados do ADP Employment (criação de empregos) já surpreenderam o mercado ao registrarem a criação de 281 mil vagas no setor privado em junho, valor bem superior ao esperado pelo mercado, que girava em torno de 200 mil. O indicador já serve como uma prévia do relatório de emprego.

Para Agostini, é importante ficar de olho no indicador, mesmo com a possibilidade dele ser ofuscado pelo Datafolha. Segundo ele, na falta da pesquisa eleitoral – ou de rumores sobre ela -, este será o principal destaque desta quinta-feira, ditando o humor do mercado. Porém, caso o relatório de emprego venha pior que o esperado e o Datafolha confirme a esperada “estabilidade” de Dilma, o efeito negativo na Bovespa deve ser ainda maior.

Vale lembrar ainda que a Bolsa norte-americana irá fechar mais cedo nesta quinta-feira, o que deve impactar o volume negociado aqui no Brasil após às 14h (horário de Brasília). Além disso, na sexta-feira, a Bovespa funcionará por tempo menor – até 14h30 – por causa do jogo do Brasil, enquanto nos EUA os mercados ficarão fechados por causa do feriado de 4 de julho.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.