“Dia D” da PEC do Teto e alta de juros nos EUA prometem agitar a semana

Semana terá uma agenda mais tranquila, mas a política doméstica promete deixar o mercado agitado, enquanto no exterior o mundo se atenta ao discurso de Janet Yellen

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após uma semana marcada pelo “caso Renan” e a tensão política gerada por sua possível saída da presidência do Senado – fato que poderia atrapalhar a votação da PEC do Teto -, a próxima semana promete ser mais tranquila em relação aos indicadores, mas com dois importantes eventos que devem roubar o noticiário. Enquanto no Brasil os investidores seguirão atentos ao cenário político, no exterior será a vez da derradeira reunião do Fomc, que deverá marcar a alta de juros nos Estados Unidos.

Por aqui, a terça-feira (13) reserva a expectativa pela votação da PEC que limita os gastos do governo por 20 anos. Após as confusões dos últimos dias, a expectativa do mercado é que ela seja aprovada neste segundo turno no Senado, o que deve trazer grande alívio para o futuro do governo do presidente Michel Temer. Entre os indicadores, o de maior destaques será o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

No exterior, acontece na quarta-feira (14) a última reunião do Fomc deste ano, que deve marcar a tão aguardada elevação dos juros nos EUA. O mercado já precifica 100% de chance desta alta desde o mês passado, mas segue temeroso quanto aos próximos passos da autoridade. Há quem acredite que o Federal Reserve será obrigado a acelerar o ritmo de alta diante das políticas de Donald Trump, mas alguns especialistas projetam o cenário oposto, com maiores dificuldades diante do cenário econômico. Por conta disto, a coletiva da chair Janet Yellen deve chamar mais atenção.

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Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, esta será uma semana de agenda fraca, em um contexto mais positivo para o mercado por conta da expectativa de aprovação da PEC no Senado. Sobre o Fomc, ele acredita que o mercado já tenha precificado totalmente o cenário de alta de juros, mas que alguma mudança de discurso pode até afetar os ativos brasileiros, principalmente o câmbio.

Vieira ainda destaca alguns dados que devem ser apresentados na semana, incluindo o IBC-Br, e que podem ajudar os investidores a interpretarem melhor o cenário inflacionário do país. Após o IPCA desta sexta-feira ficar em 0,18% (menor nível para novembro desde 1998), o mercado passou a ler uma chance maior não só do Banco Central cortar a Selic em 50 pontos-base em sua próxima reunião, mas até de um corte de 75 pontos. Com mais informações sobre o cenário atual, será possível entender se essa chance é real ou um exagero.

Confira os principais eventos da próxima semana:

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PEC do Teto
Após muita confusão, está marcada para terça-feira (9) a sessão de votação em segundo turno da PEC do Teto de gastos no Senado. A expectativa do mercado é que a medida seja aprovada, o que deve tirar um grande peso das costas do governo. O mercado deve reagir bem com a aprovação, vendo como mais fácil e próximo o andamento das reformas necessárias para a melhora da economia. 

Reforma da Previdência
Está na agenda da CCJ da Câmara a apreciação do plenário do relatório do deputado Alceu Moreira que aprova a reforma da Previdência na segunda-feira, às 14h. Esta primeira não analisará o mérito da proposta, mas somente se ela está em conformidade com a Constituição e o sistema jurídico nacional. Ainda para a próxima semana é esperada a instalação de uma comissão especial para tratar do assunto.

Fomc
Na quarta-feira (14), às 17h (horário de Brasília) o Federal Reserve divulga a decisão da reunião do Fomc sobre os juros nos EUA. O mercado já precifica e dá como certo a alta das taxas, mas a expectativa maior fica para o discurso da chair Janet Yellen, que ocorre meia hora depois do comunicado. Especialistas e investidores ficam atentos para qualquer mudança de projeção ou alguma informação sobre o que a autoridade espera para 2017 após a eleição de Donald Trump.

IBC-Br
Na quinta-feira, às 8h30, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de agosto será divulgado. O indicador mensal serve como uma prévia do do PIB oficial do país. A expectativa mediana dos economistas da LCA Consultores é de recuo de 0,5% na economia brasileira no período.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.