Desvios na Lei Rouanet, encontro de Temer e Cunha e “sequestro de Lula”: veja mais no radar político

Confira o resumo das principais notícias do Poder nesta terça-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A terça-feira começou marcada por um agitado noticiário político. Logo no começo do dia, a Polícia Federal fechou cerco a desvios na Lei Rouanet, enquanto ainda eram digeridas as informações do “encontro secreto” entre o presidente interino Michel Temer e o comandante afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do atraso na aprovação da Lei das Estatais e a manutenção do quadro contrário ao “volta, Dilma” no Senado. Também figuraram entre os destaques do dia a defesa do presidenciável Ciro Gomes ao seu possível adversário em 2018, o ex-presidente Lula, a disputa dentro da base aliada pelo ministério do Turismo e o avanço das ondas privatizantes.

Confira as principais notícias políticas do dia:

Polícia Federal deflagra operação contra desvios da Lei Rouanet
De acordo com as investigações, um grupo criminoso atuou por quase 20 anos no Ministério da Cultura e conseguiu aprovação de R$ 170 milhões em projetos. No total, 124 policiais federais cumprem 51 mandados, sendo 14 mandados de prisão temporária e 37 de busca e apreensão; os mandados foram autorizados por um juiz da 3ª Vara Criminal Federal de S. Paulo. Segundo os investigadores, eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e uma festa de casamento foram custeados com recursos públicos. Além das 14 prisões, o MinC foi alvo de buscas. [Para mais informações, clique aqui]

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Governo Temer estuda esfriar medidas anticorrupção no Congresso
Conta a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, que o governo do presidente interino Michel Temer estaria estudando retirar a urgência de parte das medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público a fim de evitar que elas tranquem a pauta do plenário da Câmara — o que ocorre hoje caso nada seja feito. Conta a nota que ministros alegam que as propostas não estariam maduras para apreciação. [Para mais informações, clique aqui]

Ciro Gomes sugere “sequestro” de Lula até embaixada caso prisão seja decretada
Segundo o jornal O Globo, ex-ministro é pré-candidato à Presidência da República no pleito de 2018 não descarta a possibilidade de um gesto extremo de “solidariedade pessoal”, se o juiz Sérgio Moro ou outra autoridade decretar a prisão de Lula em uma situação que ele considere “fora das regras do estado democrático de direito”. [Para mais informações, clique aqui]

Aliados de Temer calculam ao menos 58 votos pró-impeachment
A notícia de que uma perícia realizada por técnicos do Senado não encontrou participação da presidente afastada Dilma Rousseff nas chamadas “pedaladas fiscais”, mas os decretos de crédito suplementar sim, não parece ter provocado mudanças no cenário do impeachment. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a contabilidade do Planalto indica 60 votos a favor do afastamento definitivo da petista, ao passo que um aliado diz que Temer pode contar com, pelo menos, 58 votos. O número é suficiente para que Dilma não volte à Presidência. [Para mais informações, clique aqui]

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“Palocci solicitou R$ 15 milhões para Delfim Netto” em Belo Monte, diz empreiteiro
Conta o blog de Fausto Macedo, do Estadão, que Otávio Marques, presidente afastado da empreiteira Andrade Gutierrez, afirmou, em delação premiada, que o ex-ministro das gestões petistas cobrou o repasse de R$ 15 milhões, referentes ao contrato de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para o economista Delfim Netto. Procurada pelo Estadão, a defesa do ministro do chamado “milagre econômico” disse que só vai se manifestar depois que tiver acesso à denúncia. Já Palocci nega participação em qualquer negociação envolvendo a montagem do consórcio da obra de Belo Monte. [Para mais informações, clique aqui]

Temer e Eduardo Cunha se reuniram no domingo
A assessoria da Presidência da República confirmou que o presidente interino Michel Temer se reuniu com o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na noite do domingo, em Brasília. Apesar disso, o encontro realizado no Palácio do Jaburu não constava a agenda oficial do presidente em exercício. O que Temer e Cunha teriam a conversar de útil nas atuais circunstâncias? O Palácio do Planalto apressou-se em dizer que foi um encontro para tratar do “quadro político”, algo muito vago. Especulações indicam que Cunha foi pedir um derradeiro apoio a Temer para tentar salvar o mandato. A “Folha de S. Paulo” diz que eles discutiram a sucessão de Cunha na Câmara. [Para mais informações, clique aqui]

Temer volta a adiar sanção da Lei das Estatais
O Planalto adiou mais uma vez a sanção do projeto de lei, com a justificativa de realizar uma “análise jurídica” de pontos do texto aprovado no Congresso. Conta matéria do jornal O Estado de S. Paulo que Temer sofre pressões de senadores para garantir votos no julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. [Para mais informações, clique aqui]

Temer arbitra disputa no PMDB por Turismo
O presidente em exercício Michel Temer tem tido dificuldades para assentar os ânimos das bancadas do PRB, PMDB de Minas Gerais e PMDB do Senado, que brigam pelo comando do Ministério do Turismo, vago desde a saída de Henrique Eduardo Alves do governo. Conforme conta reportagem do Valor Econômico, o peemedebista também enfrenta resistências para manter no cargo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Tamanha turbulência ocorre a menos de dois meses da votação final do impeachment no Senado. [Para mais informações, clique aqui]

Michel Temer quer privatizar “tudo o que for possível”
De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, Temer reuniu alguns dos principais para dar um recado claro: “a ordem é privatizar geral”. Segundo a colunista Vera Magalhães, a ordem foi a seguinte: “senhores, tudo que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos!”. O jornal O Globo também chama a atenção para a possibilidade de empresas estatais serem privatizadas com ajuda do BNDES em pelo menos cinco estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pará e São Paulo. [Para mais informações, clique aqui]

Reforma da Previdência volta a ganhar força no radar
Nesta terça-feira, representantes da Força Sindical, CSB e UGT discutem a proposta em São Paulo, ao passo que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reúne o grupo de trabalho em Brasília. Apesar da intenção do Planalto em aprovar a reforma ainda em 2016, conta matéria da agência de notícias Reuters que não há clima no Congresso para debater o assunto. Na melhor das hipóteses, a expectativa é que ela apenas comece a ser votada ainda neste ano, de acordo com fontes ligadas ao governo ouvidas pela agência. [Para mais informações, clique aqui]

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.