Destruição emblemática para o Rio e para o Brasil: a repercussão internacional do incêndio no Museu Nacional

O jornal americano The New York Times ressaltou que o museu foi negligenciado nos últimos anos, enquanto o próprio Brasil lutava contra uma economia paralisada e instabilidade política, enquanto outros veículos ressaltam perda do acervo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A repercussão internacional da tragédia ocorrida no último domingo (2) com o incêndio que destruiu o bicentenário Museu Nacional/UFRJ é bastante intensa, com diversos jornais e sites internacionais relacionando o ocorrido com a crise que afeta a economia brasileira (e principalmente a economia do Rio de Janeiro).

O jornal americano The New York Times ressaltou que o museu foi negligenciado nos últimos anos, enquanto o próprio Brasil lutava contra uma economia paralisada e contra a instabilidade política, destacando notícias da mídia nacional de que os professores que trabalhavam no museu já haviam recolhido dinheiro para ajudar a pagar pelos serviços de limpeza.

Já o colunista da Forbes, Kenneth Rapoza, afirmou que esse ano é terrível para o Rio de Janeiro e destacou que “a destruição do Museu Nacional do Rio é emblemática de uma cidade sofrendo com anos de corrupção política”. E completa: “a gigante petrolífera estatal Petrobras está sediada lá. Foi palco de um dos maiores crimes de colarinho branco já registrados no Brasil”. 

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Na América Latina, o jornal argentino Clarín traz entre os destaques de capa a história do incêndio que destruiu o acervo que continha cerca de “20 milhões de peças valiosas”, que datam da época do império. O Museu comemorava, em 2018, 200 anos de história.

O El País do Uruguai diz que o incêndio “devorou uma joia cultural” do Brasil. O jornal afirmou que, enquanto queimava o museu, a tristeza e a raiva se misturavam à indignação de investigadores, professores e alunos, que já articulavam, na internet, protestos para hoje (3) na frente da instituição.

O jornal chileno El Mercurio traz estampada na capa uma foto do museu em chamas e conclui que o Brasil “perde dois séculos de história”.

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O periódico peruano El Comercio ressalta a majestosidade do prédio, que foi devorado pelas chamas, “sem que os bombeiros conseguissem controlá-las”. 

Na Europa, os principais veículos também noticiaram o incêndio. No El País espanhol, o destaque é o fato de o museu ser “a mais antiga instituição científica e de história natural do país, criada pelo rei João VI em junho de 1818, quando Brasil ainda era una colônia de Portugal”. O jornal destacou ainda o fato de as causas da tragédia serem desconhecidas.

O português Público traz o incêndio como matéria principal, na capa, com uma galeria de fotos das chamas consumindo o palácio. O alemão Spiegel Online também destacou críticas sobre as más condições do edifício antes do incêndio, citando relatos da imprensa brasileira.

Leia mais: Museu Nacional – queda de balão pode ter sido a causa do incêndio

A britânica BBC também publica, com destaque na capa, o devastador incêndio que consumiu, entre milhares de objetos, a Luzia, o mais antigo esqueleto humano encontrado nas Américas, que remete a 12 mil anos, e representa uma jovem entre 20 e 24 anos. Já o The Guardian ressalta a perda “incalculável” para o Brasil.

O francê Le Figaro publica um vídeo com entrevistas. O italiano Corriere della Sera afirma que o acervo já “não existe mais”, e ressalta a falta de manutenção do “museu mais antigo do Brasil”.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.