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SÃO PAULO – A quinta-feira (23) começou agitada na política, com a prisão do ex-ministro dos governo Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, na Operação Custo Brasil, desmembramento da 18ª fase da Lava Jato. Além dele, o ex-ministro Carlos Gabas foi alvo de condução coercitiva.
“A operação coloca os holofotes novamente sobre o PT. Desde a aceitação do processo de impeachment, as acusações estavam focadas contra o PMDB”, afirma o analista político da Barral M. Jorge, Juliano Griebeler, em referência às gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e os pedidos de prisão feitos pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot contra membros da cúpula do PMDB, e que foi negado depois pelo ministro do STF Teori Zavascki.
Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores, destaca ainda que essa operação ajuda um pouco o presidente interino Michel Temer, justamente por desviar a atenção da mídia novamente para o PT.
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Porém, apesar do foco voltar para a legenda de Lula e Dilma, não há grandes efeitos sobre o processo de impeachment da presidente afastada, destacam os analistas políticos. Isso mesmo se considerado o fato de que uma das defensoras mais ferrenhas de Dilma na Comissão Processante do Impeachment no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), ser esposa de Paulo Bernardo. Além disso, a casa de Gleisi em Curitiba foi alvo de busca de apreensão na Operação e o ex-ministro foi preso no apartamento funcional da senadora.
Para Griebeler, na votação final do impeachment, os senadores calcularão quais são as chances de Dilma ter um desempenho melhor que Temer. “Como a presidente baseia seu retorno em acusar o processo de golpe e aposta nos erros de Temer, sem apresentar uma agenda positiva, o bom relacionamento de Temer com o Congresso mostram que a rejeição do impeachment é muito improvável”, avalia.
Ribeiro reforça essa avaliação: “já estava praticamente certo, mesmo antes dessa operação, que o impeachment será aprovado definitivamente pelo Senado no final de agosto”.
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