Desfecho da crise pode ser imprevisível se Dilma perder apoio do PMDB, avalia Lula

Em conversa com Dilma, o ex-presidente manifestou preocupação com afastamento de Temer e pediu para que presidente blinde Levy, mas que afrouxe o ajuste fiscal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, em meio à crise com os rumores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sairia do cargo e em meio ao afastamento de Michel Temer do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para Brasília dar conselhos para a presidente Dilma Rousseff.

Conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo, Lula mostrou preocupação com as especulações sobre a saída de Levy e que é preciso blindá-lo, mas insistiu que é preciso afrouxar um pouco o ajuste fiscal pela retomada do crescimento. Lula defende o aumento da oferta de crédito por bancos públicos.

O ex-presidente também pediu a Dilma que se reaproxime de Michel Temer,  que ontem, em mais uma rodada de conversas com empresários, disse ser difícil que um governante resista mais três anos com popularidade baixa. Os petistas viram a frase como uma tentativa do vice de se credenciar para o lugar de Dilma.

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Lula afirmou que Dilma precisa “agir rápido” tanto na economia como na política. Para ele, se o governo perder o apoio do PMDB de Temer e também do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o desfecho da crise pode ser imprevisível.

Conforme destaca o blog de Gerson Camarotti, do G1, o ex-presidente Lula já vinha externando preocupação com o afastamento do PMDB do Palácio do Planalto, especialmente com os gestos de Michel Temer. A fala de Temer foi comemorada dentro do PMDB, que tem a interpretação de que o vice oficializou o seu afastamento da presidente Dilma, abrindo espaço para que a legenda vá para oposição até o final do ano. 

Aliás, o rompimento do PMDB com o governo já tem data para acontecer, segundo a coluna Painel, da Folha de S. PauloSenadores e deputados ligados à cúpula do PMDB calculam que até o congresso do partido, em 15 de novembro, a crise econômica terá se agravado, levando às ruas as classes C e D e, neste cenário, o encontro se tornaria o momento de ruptura e do apoio da sigla à saída de Dilma, via impeachment ou renúncia.

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A ala do PMDB ligada ao vice decidiu blindar Levy e pressionar pela mudança no núcleo palaciano do governo, defendendo ser “insustentável” a permanência de Aloizio Mercadante na Casa Civil. O grupo atribui ao titular da Casa Civil as “intrigas” para desestabilizar o ministro da Fazenda, depois de ter atuado para esvaziar o poder de Temer.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.