Desconstrução de Aécio seria diferente de Marina, mas suficiente para Dilma ganhar

Vendo Dilma como favorita, Eurasia ressalta que esta semana será crítica, após Aécio Neves ter tido passe livre na reta final do primeiro turno e campanha do PT ter ficado na defensiva num primeiro momento: "eleitorado quer mudança, mas também tem algo a perder"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em evento realizado pela Bloomberg nesta terça-feira (14), o diretor de emergentes da consultoria de risco político Eurasia, Christopher Garman, destacou que esta semana será crítica para as eleições para presidente. Também participaram do evento Lucas de Aragão, da Arko Advice, e Ricardo Sennes, da Prospectiva Consultoria. 

Olhando para a primeira fase, o candidato Aécio Neves (PSDB) se beneficiou, afirma Garman, no final do primeiro turno, de um “passe livre”, uma vez que a candidata da reeleição pelo PT Dilma Rousseff concentrou todos os seus ataques para Marina Silva (PSB) no primeiro turno. 

Além disso, afirma, a última semana contou com uma campanha do PT “mais na defensiva”, em meio às denúncias de corrupção na Petrobras com a divulgação de áudios do ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff. 

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Para Garman, o segundo turno vai ser bastante disputado, mas ainda vê uma chance maior de Dilma ganhar as eleições, também levando em conta os índices de aprovação nas últimas pesquisas Ibope e Datafolha. Historicamente, com uma aprovação de cerca de 40%, 85% dos candidatos conseguem se reeleger. Mas a probabilidade de Dilma vencer é bem menor, dada a volatilidade de certo segmento do eleitorado. 

Agora, com Marina fora do combate, a campanha do PT deve apostar na “deconstrução” de Aécio Neves, que seria diferente da empreendida contra Marina Silva, mas que pode mexer em temas caros à população. “A deconstrução de Aécio pode não ser igual, mas seria suficiente para que Dilma ganhe”.

Para ele, o principal fator é de que o eleitorado quer mudança, mas também tem algo a perder. A renda real ainda não caiu, assim como o desemprego, enquanto a inflação está alta, mas ainda não mexeu diretamente com o bolso do eleitor. 

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Assim, se Dilma conseguir manter atrelada à sua imagem a ideia de que vai manter as políticas que são marcas de seu governo, enquanto o oposicionista poderia mexer ou até mesmo empreender privatizações – sendo que a maior parte do eleitorado vê um papel importante do Estado no governo – as chances são maiores da petista levar. Assim, a comunicação dos dois candidatos entre os eleitores será bastante importantes para definir o rumo das eleições. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.