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SÃO PAULO – A próxima semana pode ser decisiva para definir o futuro das relações (abaladas) entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Após a votação da denúncia, aliados do Planalto têm como prioridade pacificar a relação com Maia, segundo informa o jornal Folha de S. Paulo.
Na véspera, mais um episódio de atrito do presidente da Casa com o governo ganhou força – conforme aponta o G1, Temer demonstrou surpresa e contrariedade com a reação de Maia de divulgar uma nota pública para afirmar que o Planalto disseminou uma “falsa versão” sobre o encontro entre os dois. O encontro de Temer e Maia, segundo aliados do presidente, era justamente diminuir a tensão entre os dois – mas a percepção de interlocutores de Temer é de que, ao divulgar a nota, Maia demonstrou a estratégia deliberada de se distanciar da imagem de Temer e do governo.
Porém, a ordem dentro do Planalto é de não polemizar. A disposição do democrata de criticar integrantes e medidas do governo invibializaria qualquer tentativa de retomada da pauta econômica, um dos trunfos do governo Temer para convencer os parlamentares a aprovar as reformas, em uma disputa velada para decidir quem conduz a agenda do país até o fim de 2018 (o tema já foi abordado no InfoMoney – confira clicando aqui).
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Segundo a Folha, o grupo mais próximo a Temer no Congresso diz que, com o clima que há hoje, não seria possível nem encaminhar as medidas provisórias do ajuste fiscal logo após a denúncia: Maia avisou que não receberá mais MPs.
Já aliados do presidente da Câmara avaliam que, mesmo superada a segunda denúncia, o presidente estará tão fragilizado que o poder do Congresso sobre o governo aumentará substancialmente, dando a oportunidade do presidente da Câmara se tornar líder do processo. Integrantes do centrão calculam que Temer teria entre 230 e 240 votos a seu favor na segunda denúncia (são necessários 342 votos contra o presidente para que ele seja afastado): isso o livra desse problema, mas o número não é o suficiente para aprovar matérias importantes. Enquanto isso, o Planalto tem feito o possível para não divulgar previsões sobre o número de votos que terá.
Enquanto as demonstrações de insatisfação de Maia aparecem como recorrentes, Temer tenta dar sinais de que prestigia o seu (antes) aliado, havendo até mesmo rumores (depois negado) de que o presidente poderia trocar o comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para um nome da preferência do presidente da Câmara. Porém, com o presidente da Câmara de olho em 2018, as medidas ainda não tiveram tanto efeito.
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