Deputados se recusam a relatar caso envolvendo acusado de mandar matar Marielle

O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) está preso e é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em março de 2018

Equipe InfoMoney

O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, se defende durante sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que avaliou a sua prisão (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

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Os deputados federais Ricardo Ayres (Republicanos-TO), Bruno Ganem (Podemos-SP) e Gabriel Mota (Republicanos-RR) informaram, nesta quarta-feira (17), que desistiram de relatar o processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso e acusado de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em março de 2018.

“[A lista tríplice] Não vingou, digamos assim, porque suas excelências retiraram os nomes, declinaram da nobilíssima função, que alguns consideram arriscada”, ironizou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que presidiu o colegiado na sessão desta quarta.

Bruno Ganem informou que não poderia relatar o caso por causa das tarefas de pré-candidatura para as eleições municipais de outubro deste ano. O deputado Ricardo Ayres, por sua vez, disse que desistiu por já ter sido escolhido para relatar outro processo por quebra de decoro parlamentar. Já Gabriel Mota não justificou a recusa.

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O processo contra Brazão pode levar à cassação do mandato do parlamentar, que está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

Na última quarta-feira (10), o plenário da Câmara votou por manter a prisão de Brazão. Ayres e Ganem votaram para manter a prisão de Brazão e Mota não compareceu à votação.

Com a desistência dos parlamentares, foram sorteados novos nomes: as deputadas Jack Rocha (PT- ES), Rosângela Reis (PL-MG) e o deputado Joseildo Ramos (PT-BA). Desses, apenas Rosângela votou pela libertação de Brazão. Agora, caberá ao presidente do Conselho de Ética, o deputado Leur Lomanto Júnior (União/BA), escolher um nome da nova lista sorteada.

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O deputado que presidia a sessão, Chico Alencar, disse esperar que, agora, possa sair um nome para relatar o caso. “Roguemos, mandemos energias para que ninguém decline”, disse o deputado, acrescentando que “a gente tem a convicção de que esses não declinarão da tarefa.”

(Com Agência Brasil)