Deputados irão à Petrobras cobrar retomada de investimentos

Mesa redonda com a presença da cúpula da estatal e de representantes dos trabalhadores e da indústria deve ocorrer no dia 19, no Rio de Janeiro

Equipe InfoMoney

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Deputados farão visita técnica à Petrobras (PETR3;PETR4), no Rio de Janeiro, para cobrar o resgate dos compromissos socioeconômicos da estatal. A decisão foi tomada, nesta quinta-feira (11), após a ausência do presidente da estatal, Aldemir Bendine, na audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que debateu os impactos da Operação Lava Jato na atividade econômica do País.

Os parlamentares estão preocupados com a redução dos investimentos da Petrobras e a consequente crise gerada em empresas com as quais a estatal mantém contratos. O desemprego é um dos reflexos, com cerca de 14 mil demitidos só na indústria naval.

Aldemir Bendine enviou representante – o gerente-executivo Ivanildo de Almeida e Silva – para a reunião de hoje, mas o relator da subcomissão especial da Lava Jato, deputado Valtenir Pereira (Pros-MT), exigiu respostas formais da estatal. “Queremos um diálogo com o presidente da Petrobras e não esse empurra-empurra com a barriga como está acontecendo. Fizemos o convite, mas ele não veio”, comentou Pereira. “Então, vamos inverter: visita técnica à sede da estatal, em formato de mesa redonda, para fazermos esse debate lá mesmo”, completou.

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A ida à Petrobras deve ocorrer no dia 19. Além dos deputados e da cúpula da estatal, a mesa redonda contará com representantes dos trabalhadores e das indústrias naval e da construção civil.

Crítica ao governo
A falta de respostas concretas da Petrobras para os problemas socioeconômicos gerados pela Lava Jato também incomoda o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Vicente Candido (PT-SP).

“Aqui vai uma crítica ao governo do meu partido: não tivemos a ‘sala de crise’ para tratar a crise, de um lado, e a vida real, do outro lado, em relação ao crescimento econômico, aos programas sociais e aos investimentos”, declarou. “Parece que o Brasil se resumiu só na questão da Lava Jato, mas há uma outra agenda”, emendou Candido.

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Justificativa da Petrobras

Ivanildo de Almeida e Silva, representante da Petrobras no debate desta quinta, reiterou que o prejuízo da estatal com pagamentos indevidos apurados na Lava Jato chegaram a R$ 6,2 bilhões, porém frisou que nenhum contrato foi rescindido em decorrência da operação da Polícia Federal.

Eventuais rescisões, segundo ele, ocorreram por falhas no desempenho das empresas. Quanto aos empregos, Ivanildo afirmou que é natural a existência de picos e baixas de oferta de acordo com o andamento das obras e serviços contratados pela estatal. “Se colocarmos a Petrobras dentro desse cenário, na parte financeira e nos números, a Lava Jato não foi o que mais afetou a companhia, mas variações de mercado em relação a câmbio e quanto ao preço do Brent, o petróleo de referência internacional”, argumentou.

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O presidente do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia, Carlos Henrique Passos, contestou a fala do gerente-executivo da estatal. “Estamos falando da perda de emprego por paralisação de investimentos e não por encerramento de contratos”, sustentou. Conforme o sindicalista, 22 mil vagas formais de emprego foram reduzidas na construção civil, só na Bahia, nos últimos meses.

Em resposta, Ivanildo informou que, nos próximos dias, a Petrobras vai divulgar o novo plano de negócios, com a definição de estratégias que ajudem a garantir o desenvolvimento socioeconômico.

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