Deputado do PT pede prisão de general que incitou “intervenção militar” caso Lula seja eleito

"Estamos vivendo uma ameaça pública de golpe militar", afirmou o parlamentar, em referência à entrevista concedida pelo general da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa ao jornal O Estado de S.Paulo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Na véspera da retomada do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal de pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) cobrou a prisão preventiva do general Luiz Gonzaga Lessa pelas declarações dadas ao jornal O Estado de S.Paulo na edição desta terça-feira (3). O militar disse ao veículo de imprensa que, se o STF deixar o líder petista solto, estará agindo como “indutor” da violência entre os brasileiros e que, caso a Corte permitisse a eleição de Lula, não restaria alternativa senão a intervenção militar.

“O Supremo amanhã deveria julgar somente olhando a Constituição, mas vai julgar com a faca no pescoço. Estamos vivendo uma ameaça pública de golpe militar. O general Luiz Gonzaga Lessa cometeu um crime de conspiração. Ele disse textualmente: ‘se acontecer tanta rasteira, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso da reação armada. Aí, é dever da Força Armada restaurar a ordem’. E diz que vai dar um golpe de Estado se o Supremo aprovar o habeas corpus do presidente Lula. Isso é grave. Muito grave”, afirmou o deputado da tribuna do plenário da Câmara.

“Em lugar no mundo isso pode ser chamado de democracia. Eu quero aqui cobrar do ministro da Defesa, general Luna, quero cobrar do procurador-geral da Justiça Militar, Jaime de Cassio Miranda, quero cobrar do presidente golpista Michel Temer que o general Luiz Gonzaga Lessa seja preso imediatamente por crime de conspiração contra a nação brasileira. É o que prevê o Código Penal Militar no art. 152”, complementou.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Lessa disse que, se conceder o HC a Lula, o STF propagará “a luta fratricida, em vez de amenizá-la” na sociedade. Ele defendeu uma intervenção militar se fosse permitida a candidatura do ex-presidente e ele fosse eleito em outubro, mas ressalvou “não crer que chegaremos lá”. As declarações do militar se inserem em uma onda de manifestações oficiais de generais da reserva contra a concessão do recurso para impedir a prisão de Lula.

“Não se admite, em uma democracia, que um general emparede a Suprema Corte”, rebateu o deputado Jorge Solla da tribuna do plenário. “A direita sabe e está raivosa que amanhã o Supremo vai cumprir a Constituição. O Supremo vai aprovar o habeas corpus de Lula e vocês estão morrendo de medo, porque Lula vai voltar”, provocou.

Veja a íntegra do discurso:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.