Depois do fora Dilma: as 5 coisas que você precisa saber sobre as manifestações

Mais uma vez ficou patente a diferença de perfis e objetivos, que não impediram milhares de pessoas de tomar as ruas do Brasil para protestar contra o atual governo

Lara Rizério

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São Paulo – Domingo foi dia de manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) em todo o Brasil. Como ocorreu nos dois últimos protestos, amanhã será dia de debate sobre a multiplicidade de perfis e objetivos dos manifestantes, bem como a discrepância notável das estimativas oficiais de quantas pessoas estiveram presentes. Veja o que de mais importante você precisa saber sobre este domingo (16) de agosto. 

1. 135 mil, 350 mil ou 1 milhão?
A Avenida Paulista em São Paulo foi tão fortemente tomada por manifestantes que era quase impossível se locomover por regiões como a que fica entre o Masp e a sede da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). A única certeza, portanto, é que muita gente compareceu, já que a velha polêmica do número real de manifestantes se manteve. O instituto Datafolha falou em 135 mil, a Policia Militar disse 350 mil e nos carros de som se ouvia apenas um número dos organizadores: um milhão. Já no Brasil, estes protestos foram maiores que os de abril e menores do que os de março, segundo a PM. Foram 612 mil nas ruas do Brasil contra 1,7 milhão em março e 521 mil em abril.

2. Diferentes perfis
Pedidos de impeachment foram mesclados com os de renúncia e até de convocação de novas eleições pelos manifestantes. Não é possível atingir um consenso sobre o que queriam as pessoas reunidas, exceto um sentimento generalizado de descontentamento com a situação atual do Brasil. Inflação alta, desemprego aumentando e uma vontade de dar um basta nos escândalos de corrupção que pipocam na mídia eram as principais queixas. E sim, também tinham grupos defendendo a intervenção militar, mas eles eram uma minoria dentro das milhares de pessoas que tomaram as ruas. 

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3. Resposta do governo
Quem esperava um pronunciamento oficial significativo sobre os protestos ficou decepcionado. A reação do Planalto se deu unicamente por uma declaração do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, dizendo que o governo “viu as manifestações dentro da normalidade democrática”.

4. Aécio participa pela primeira vez
Entre os destaques, o senador Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado na campanha presidencial de 2014, participou do protesto anti-Dilma pela primeira vez. “Chega de tanta corrupção, o meu partido é o Brasil”, disse Aécio em cima de um trio elétrico. Ele cantou o hino nacional e foi ovacionado pela multidão que gritou: “Aécio, Aécio”. Ele ainda afirmou que a manifestação é apartidária e, sobre sua candidatura caso a presidente saia prematuramente, disse que “candidatura não é projeto pessoal, eu tenho disposição de impedir que este governo continue fazendo tanto mal aos brasileiros”. 

5. O apoio irrestrito ao juiz Sérgio Moro
Responsável pelo julgamento dos réus da Operação Lava Jato, o juiz foi ovacionado pelos manifestantes, que mostraram todo o seu apoio `as prisões de grandes personalidades como Marcelo Odebrecht e o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. A figura do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabou sendo um pouco mais polêmica. Houve quem o apoiasse e quem dissesse que ele está acobertando membros graúdos da política como o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e a própria presidente Dilma. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.