Denúncia “tripla” e reformas em risco: futuro de Temer começa a ser definido na próxima semana

Política deve seguir o foco do mercado, mas dados da economia nos EUA e no Brasil não deve sair do radar do investidor

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Diante das incertezas políticas, principalmente após a derrota do governo na Comissão do Senado em relação à reforma trabalhista, o mercado “travou” e entrou em uma espécie de compasso de espera tentando entender o que poderá acontecer daqui para frente não só com as reformas, mas também com o futuro do presidente Michel Temer. E os próximos dias prometem trazer novas emoções neste sentido.

Há fortes rumores no mercado de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá apresentar três denúncias contra Temer na próxima semana, o que deverá aumentar a tensão na política. Segundo a revista Época, a primeira, de corrupção passiva, deverá ser apresentada já na segunda-feira (26).

De acordo com alguns veículos, a tendência agora é que o governo priorize a defesa do presidente. A ideia é reunir os votos na Câmara para conseguir derrubar as denúncias, o que, por consequência, fará com que as reformas, em especial a da Previdência, sejam deixadas para depois. Segundo o G1, a depender da gravidade e se houver uma votação apertada contra as denúncias de Janot, dificilmente a Câmara terá ambiente para discutir um tema tão complexo como a Reforma da Previdência, ainda mais em período pré-eleitoral.

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Este cenário todo deve deixar os investidores mais temerosos já que o governo mostrou ter dificuldade para enfrentar a reforma trabalhista – considerada a mais fácil -, e agora com as denúncias e o adiamento da Previdência, pode aumentar a sensação de que Temer não terá força política para lidar com tudo isso.

Agenda de indicadores
Os destaques da agenda ficam com o exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde na quinta-feira (29) às 9h30 (horário de Brasília) será divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre deste ano. A expectativa da equipe da LCA Consultores é que a maior economia mantenha o ritmo de crescimento apresentado anteriormente, de 1,2%.

Ainda nos EUA, chamam atenção os discursos de diversos diretores do Federal Reserve espalhados pela semana. Os investidores prestam mais atenção às falas diante de um cenário onde a autoridade mantém sua projeção para mais uma alta de juros este ano, mas os dados da economia indicam que não deverá haver espaço para isto acontecer.

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No Brasil, atenção especial para a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), na quinta-feira, em que além da decisão sobre a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para o terceiro trimestre, também será definida a meta de inflação para o ano de 2019.

Segundo a Rosenberg Associados, é provável que haja uma redução para 4,25% ou 4%, ficando em linha com as expectativas já ancoradas do mercado. “A manutenção da meta em 4,5% poderia ser mal recebida pelos mercados, então vale a pena acompanhar a decisão com atenção”, afirmam os analistas.

Destaque também para os dados de desemprego da PNAD Contínua (sexta-feira), que a Rosenberg estima ficar em 13,7%, além do indicador de inflação IGP-M (quinta-feira), e o Resultado Primário do Governo Central (quinta-feira), que deve registrar déficit ao redor de R$ 17 bilhões.

Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.