Denúncia contra Lula, áudio liberado e “mentiras” de Joesley: as 6 notícias políticas que agitaram a terça

Noticiário político não parou na noite desta terça-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após a “bomba” de Rodrigo Janot na tarde da véspera, o fim desta terça-feira (5) voltou a ter um grande abalo no cenário político brasileiro com uma série de notícias importantes saindo em sequência, desde a denúncia contra os ex-presidente Lula e Dilma, até a aprovação da TLP no Senado. Confira os destaques:

Denúncia contra petistas
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff pelo crime de organização criminosa.

Foram denunciados também os ex-ministros Antonio Palocci Filho, Guido Mantega, Edinho Silva e Paulo Bernardo, além da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

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A denúncia é baseada na Operação Lava Jato e foi oferecida dentro de inquérito que apura se o PT formou uma organização criminosa para desviar dinheiro da Petrobras. O ministro do STF Luiz Edson Fachin é o responsável por aceitar ou não a denúncia.

Áudio de Joesley é liberado por Fachin
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Edson Fachin, retirou o sigilo da conversa gravada entre os executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud, que têm acordos de delação premiada. Este é o áudio informado ontem pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que levou à abertura de uma investigação que poderá resultar na anulação da delação dos executivos.

Com isso, Fachin liberou o conteúdo de toda a gravação, que segundo a PGR, tem cerca de 4 horas de conversa. No diálogo, Joesley e Saud tratam, entre outros assuntos, de uma suposta ajuda do ex-procurador Marcello Miller, quando ainda integrava a procuradoria, para fechar o acordo de delação dos executivos da JBS.

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O sigilo estava sendo mantido por serem áudios sobre conversas privadas, com intimidades de pessoas não investigadas. Fachin, porém, considerou que se tratam de “elucubrações” e que, no caso, deve prevalecer o “interesse público à informação”.

Joesley pede desculpa e diz que mentiu
Os empresários da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, emitiram uma nota conjunta na noite desta terça em que pedem desculpas ao Procurador-Geral da República e aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) após informações de que eles foram citados nos novos áudios apresentados por eles. Confira a nota na íntegra:

A todos que tomaram conhecimento da nossa conversa, por meio de áudio por nós entregue à PGR, em cumprimento ao nosso acordo de colaboração, esclarecemos que as referências feitas por nós ao Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República e aos Excelentíssimos Senhores e Senhoras Ministros do Supremo Tribunal Federal não guardam nenhuma conexão com a verdade. Não temos conhecimento de nenhum ato ilícito cometido por nenhuma dessas autoridades. O que nós falamos não é verdade, pedimos as mais sinceras desculpas por este ato desrespeitoso e vergonhoso e reiteramos o nosso mais profundo respeito aos Ministros e Ministras do Supremo Tribunal Federal, ao Procurador-Geral da República e a todos os membros do Ministério Público.

Fachin homologa delação de Funaro
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin homologou o acordo de delação premiada do empresário e doleiro Lúcio Funaro com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Funaro está preso há mais de um ano no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

A procuradoria aguardava a homologação para poder utilizar parte dos conteúdos apresentados por Funaro na denúncia que prepara contra o presidente da República, Michel Temer.

Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O empresário também foi citado nas delações da JBS.

TLP é aprovada no Senado
A despeito dos esforços de obstrução da oposição durante toda a tramitação da proposta no Congresso, o governo conseguiu concluir a votação e aprovar, por 36 votos a 14, a Medida Provisória 777. O texto substitui a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) pela TLP (Taxa de Longo Prazo) como taxa de juros que baliza empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Enquanto hoje a taxa é determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelos ministros da Fazenda e Planejamento e pelo presidente do Banco Central, a nova medida determina que o parâmetro seja o próprio título NTN-B de cinco anos, usado pelo governo para financiar sua dívida, e a inflação oficial. A MP caducaria se não fosse votada até a quarta-feira.

Clique aqui e entenda como a medida altera o papel do BNDES na economia

Reforma política
Depois de muitas discussões e o fechamento de um acordo para adiar para a próxima semana a votação dos destaques, a Câmara dos Deputados aprovou hoje o texto principal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/16, que trata de diversos pontos da reforma política. Dentre eles, está o que acaba com as coligações nas eleições proporcionais. O texto foi aprovado por 384 votos a favor e 16 contrários.

A votação dos destaques está marcada para ter início na próxima semana. Outro ponto considerado importante e também polêmico na PEC  é o que cria uma cláusula de desempenho para os partidos poderem acessar recursos do Fundo Partidário e o tempo de propaganda em rádio e TV.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.