Deltan: Lava Jato terá novo gás se a população colaborar e não votar em políticos ficha suja

Durante a Expert XP 2018, o procurador da Lava Jato ainda afirmou que a ideia de que todo político é corrupto é burra, uma vez que desestimula pessoas de bem a entrarem na política

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com 4 anos e meio de existência e descobertas sobre um esquema de corrupção bastante robusto que envolvia uma vasta gama de políticos e empresários, a Operação Lava Jato vem sofrendo com as críticas de diminuição de ritmo nos últimos tempos. 

Porém, o procurador da República Deltan Dallagnol apontou para alguns motivos dessa alegada perda de ímpeto em painel com os também procuradores Carlos Fernando Lima, Roberson Pozzobon e Diogo Castor durante a 8ª Expert XP 2018, o maior evento de investimentos da América Latina.

Deltan apontou que várias das investigações foram fatiadas e mandadas para outros estados – não ficando somente no Paraná -, levando a desdobramentos para diversas regiões do País. “A expectativa é de que essa investigação possa se desenvolver nos outros lugares”, ressaltou.

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Ele ainda apontou que o desenvolvimento das investigações aconteceu de tal forma que muitos dos que foram envolvidos possuem foro privilegiado, levando a uma maior morosidade das condenações e operações. Neste sentido, o procurador fez um apelo: “se a população colaborar e não votar em políticos ficha suja, vários [políticos] vão para a primeira instância e a Lava Jato terá novo gás”, afirmou, sendo bastante aplaudido pelo público após a fala. 

Deltan ainda comparou a Lava Jato a automóveis, afirmando que antes ela era um “carro de corrida”, mas cresceu, ao mesmo tempo em que a estrutura da força-tarefa não é tão grande. Ao mesmo tempo, ela tem que negociar delações premiadas, algo que também consome muitas horas dos envolvidos. “A Lava Jato tira hoje leite de pedra”, afirmou, ao reiterar as dificuldades. 

O procurador também buscou afastar a percepção de que todos os políticos são corruptos, ideia essa que ganhou força com a Lava Jato. “A ideia de que todo político é corrupto é burra, porque desestimula as pessoas de bem a entrarem na política. A única solução é democracia, afirmou, citando o exemplo do empresário Eduardo Mufarej, empresário fundador do movimento de renovação política Renova BR. “Não adianta ficar esperando que haja uma transformação de cima para baixo”, destacou, apontando que a sociedade também precisa agir em busca de renovação. 

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O procurador Carlos Fernando, que ontem anunciou que deixará a Operação Lava Jato para se aposentar, afirmou que muitas vezes a força-tarefa é criticada por conta da influência na política, mas destacou que é a democracia brasileira precisa ser melhor: “precisamos voltar a acreditar nos políticos”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.