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SÃO PAULO – A grande notícia do dia é o desdobramento da Operação Lava Jato, que culminou com a prisão, além do presidente do BTG Pactual André Esteves, do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), tido como um hábil articulador político.
O que motivou a prisão de Delcídio, o que é algo histórico por se tratar de um senador em exercício do cargo, foi uma conversa gravada por um filho de Nestor Cerveró entre o senador e uma pessoa do entorno do ex-diretor internacional da Petrobras. Segundo informações do Valor e do Globo, o filho citado é Bernardo Cerveró.
Delator na Lava Jato, Cerveró citou o senador Delcídio do Amaral, acusando-o de participar de um esquema para desviar recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Para que Cerveró não colaborasse com a Justiça, o senador teria oferecido até mesmo a possibilidade de fuga a ele.
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Segundo o Radar Online, da Veja, Delcídio discutiu maneiras para a fuga de Cerveró. Nas conversas gravadas ele discutia em detalhes com o filho de Nestor Cerveró e o advogado Edson Ribeiro, que rotas deveriam ser usadas na evasão, informa a colunista Vera Magalhães. O plano seria colocado em prática assim que fosse concedido habeas corpus para tirar Cerveró da cadeia.
De acordo com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais para que Cerveró não fechasse o acordo de delação ou, se o fizesse, não citar o parlamentar. Delcídio também prometeu influência junto a ministros do STF para ajudar Cerveró e até falar com o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Sobre André Esteves, segundo Zavascki, o relatório da PGR afirma que os valores prometidos a Cerveró seriam repassados à família dele por meio de um contrato fictício entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual.
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“O presente caso apresenta linha de muito maior gravidade. O parlamentar não está praticando crimes qualquer, está atentando contra a própria jurisdição do Supremo Tribunal Federal”, disse Zavascki.
Como era o plano de fuga
O Valor traz mais detalhes sobre qual seria o plano de fuga estabelecido por Delcídio. Pela rota proposta em encontro com o filho de Cerveró, o senador Delcídio (acompanhado pelo advogado), o ex-diretor da Petrobras iria de avião até o Paraguai e, de lá, embarcaria para a Espanha. A Espanha foi o destino escolhido pois o executivo tem cidadania espanhola. O senador e o advogado sugeriram que ele usasse um jato Falcon 50, capaz de fazer o trajeto sem escalas para reabastecimento.
Ribeiro, aliás, teria se vangloriado de ter ajudado outras pessoas investigadas a fugir do país. Bernardo gravou o encontro e entregou o material ao MPF.
A PGR teve acesso gravações realizadas por Bernardo Cerveró de duas reuniões recentes – realizadas nos dias 4 e 19 de novembro. Segundo o G1, ela contou com a participação de Delcídio do Amaral e André Esteves.
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