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A defesa do general Augusto Heleno informou ao Supremo Tribunal Federal que o diagnóstico de Alzheimer foi fechado apenas em janeiro de 2025. A manifestação foi enviada após o ministro Alexandre de Moraes exigir documentos que comprovem quando a doença começou a ser registrada.
O esclarecimento contraria o laudo do Exército, produzido no exame de corpo de delito, que afirmava que Heleno convivia com a doença desde 2018. Segundo o advogado Matheus Milanez, naquele período o general tinha apenas acompanhamento médico, e não diagnóstico confirmado.
Ele argumenta que o general tem limitações cognitivas e pode ter se confundido ao responder perguntas sobre datas durante o exame.
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Moraes determinou que a defesa entregasse, em até cinco dias, todos os exames, relatórios neuropsicológicos, prontuários e informações médicas produzidos desde 2018. Ele também pediu detalhes sobre o tratamento do general e sobre profissionais responsáveis pelo acompanhamento.
O magistrado também questionou por que, se a doença existisse desde 2018, o então ministro não comunicou seu estado de saúde aos órgãos da Presidência durante o período em que comandou o GSI.
Na resposta, a defesa afirma que não havia diagnóstico à época e que, por isso, não havia informação a ser comunicada. Também diz que não mencionou a condição médica durante o processo porque acreditava na absolvição e porque o quadro não teria relação com os fatos investigados.
Heleno, de 78 anos, começou a cumprir pena nesta semana após ser condenado a 21 anos de prisão por participação na tentativa de golpe de 2022. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor de que o militar cumpra a pena em casa por razões humanitárias.

