Decotelli pede demissão do MEC, em meio a fraudes no currículo

Indicado pela ala militar do governo, Decotelli o terceiro nome a deixar o MEC em um ano e meio do governo e sai antes mesmo de tomar posse

Equipe InfoMoney

Carlos Decotelli, novo ministro da Educação (foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Cinco dias após ser nomeado ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli pediu, na tarde desta terça-feira (30), demissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele é o terceiro nome a deixar o MEC em um ano e meio do governo e sai antes mesmo de tomar posse.

O movimento ocorre após Decotelli ter títulos acadêmicos descritos em seu currículo contestados pelas instituições de ensino. Sua posse no MEC estava marcada para esta terça-feira, mas foi adiada em função da crise gerada e pelas pressões por sua saída no governo.

No currículo, Decotelli declarava possuir título de doutorado pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina – informação desmentida pelo reitor da instituição, Franco Bartolacci. Também foram identificados sinais de plágio na dissertação de mestrado junto à Fundação Getulio Vargas (FGV).

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O agora ex-ministro também informava ter feito pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha, que negou a informação. Por fim, a FGV desmentiu que o economista tenha sido professor ou pesquisador da instituição.

Ontem (29), após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, Decotelli afirmou que continuava ministro, mas a evolução dos acontecimentos tornou sua situação insustentável. Indicado pela ala militar, Decotelli era visto como um nome de perfil mais técnico e apaziguador na pasta, mas perdeu apoio em meio às revelações recentes.

Na lista dos novos cotados para assumir a pasta estão Anderson Correia, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Renato Feder, secretário de Educação do Paraná; Sérgio Sant’Ana, ex-assessor do MEC durante a gestão de Abraham Weintraub; e Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica. Os últimos dois são defendidos por membros da chamada “ala ideológica” do governo.

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Além dos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus à Educação, o futuro escolhido para o MEC terá a missão de aprovar a extensão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) no Congresso Nacional, a realização do Enem e a implantação da Base Nacional Comum Curricular.

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