Declarações de Dilma sobre Cunha e nome de Renan em delação premiada preocupam governo

Segundo informações do jornal O Globo, presidente da Câmara afirmou que será inevitável responder às falas de Dilma ontem na Suécia; já nome de Renan na Lava Jato gera temores de que turbulência política atinja também o Senado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff teve um alívio na última semana com as liminares do STF (Supremo Tribunal Federal) engessando o pedido de impeachment contra ela, além das denúncias aumentando ainda mais o cerco contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Porém, em meio à tanta instabilidade política, cada dia se mostra decisivo para o governo (e mostra se a balança pende mais a favor ou contra o governo).

E, em meio às novas revelações da Operação Lava Jato e a declaração de Dilma na Suécia sobre Cunha, o cenário de tensão pode voltar para o governo. Cunha ficou irritado com as declarações da presidente no último domingo e, de acordo com pessoas próximas a ele ouvidas pelo jornal O Globo, não pode se descartar um “cavalo de pau” dele, que desferirira a ação do impeachment contra Dilma. 

Ontem, ao ser perguntada sobre as denúncias contra o político, que tem contas não declaradas na Suíça, e pelas quais ele teria recebido propina, ela afirmou: “eu lamento que seja um brasileiro”, ao comentar sobre a repercussão do caso. Durante a mesma entrevista, ela negou acusações de que teria feito qualquer tipo de acordo político com o presidente da Câmara para livrá-lo de uma cassação de mandato em troca de ele não avançar com a abertura de um processo de impeachment contra ela.

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“Acho fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é público e notório. Acho estranho atribuírem ao governo qualquer tipo de acordo que não seja para passar no Congresso a CPMF, a DRU, as MPs”, afirmou.

Por outro lado, afirma o jornal, auxiliares presidenciais buscam consertar o potencial estrago da declaração, uma vez que passaram a ver com pessimismo os próximos passos do presidente da Câmara: “será uma semana de alta adrenalina. Ela botou fogo no estopim da bomba da cassação. No governo, tem sido assim: apagar o incêndio criado por ele mesmo”, disse um ministro ao jornal. 

Cunha afirmou que “será inevitável responder” à fala da presidente; interlocutores dele dizem que ele não descarta deferir o impeachment realizado por Hélio Bicudo.

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Renan também preocupa
Um outro ponto de preocupação do governo destacado pelo jornal atende pelo nome do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). O governo teme que a turbulência política que toma conta da Câmara chegue ao Senado com a citação de Renan na delação premiada feita por Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. O senador foi apontado como beneficiário de propina em contratos da Petrobras, o que é negado por ele.

O governo ainda tem que concluir o ajuste fiscal, com a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União). Porém, a pauta do Congresso está centrada na crise política. 

Porém, a base aliada afirma que, diferentemente do caso de Cunha (PMDB-RJ), ainda não apareceram documentos para sustentar as acusações de Baiano. As relações do governo com Renan estão em uma fase de maior calma e o Senado tem funcionado como contraponto à Câmara, aponta o jornal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.