Decisão do Copom, dívida dos estados e política externa agitam a próxima semana

Enquanto cenário político doméstico segue agitado, no exterior os investidores ficam atentos aos desdobramentos do ataque dos EUA à Síria

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A segunda semana de abril prometia ser um pouco mais tranquila, com uma agenda de indicadores mais fraca e feriado nos principais mercados do mundo, mas isso tudo mudou na noite de quinta-feira (6) quando os Estados Unidos lançaram um ataque contra a Síria. Apesar do mercado já mostrar maior tranquilidade após o choque durante a madrugada, outros efeitos e as reações sobre este movimento americano devem surgir nos próximos dias.

O mundo se dividiu sobre o assunto e durante a próxima semana é possível que as relações entre as grandes nações fiquem em debate diante da atitude tomada pelos americanos. Além disso, aumentam os riscos de represálias, tanto do governo sírio quanto de outros povos, sendo que a própria Rússia já informou que irá reforçar a defesa no espaço aéreo local.

Por aqui, a política segue ditando o tom e novidades envolvendo a reforma da Previdência prometem agitar o mercado. Nos últimos dias, o Estadão lançou o “placar da Previdência”, mostrando que o governo não conseguirá a aprovação da proposta, o que tem deixado os investidores cautelosos. Por outro lado, o governo alterou 5 pontos da reforma e pode trazer mais novidades sobre o assunto nos próximos dias para conseguir que ela seja aprovada.

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Outro ponto importante é a renegociação das dívidas dos estados. Após uma semana agitada em Brasília e com duas adiamentos da votação, a intensão é que o projeto que que cria um regime especial para estados em calamidade financeira seja debatido na segunda-feira (10) no Congresso.

Entre os indicadores, o maior destaque fica para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que define a nova taxa básica de juros na quarta-feira (12). O consenso no mercado é de um corte de 100 pontos-base na Selic, mas alguns especialistas já comentam a possibilidade da autoridade monetária fazer uma redução ainda maior.

Por fim, para fechar a semana, importante destacar o feriado de Paixão de Cristo, na sexta-feira (14), que deixará tanto a B3 quanto Wall Street fechados, o que pode aumentar a volatilidade do mercado na quinta-feira com os investidores evitando ficarem posicionados durante um grande período de tempo, correndo o risco de alguma notícia mudar o rumo do mercado durante esta pausa. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.