Decisão do candidato do PSB e Datafolha: veja o que será destaque na próxima semana

Conflitos na Ucrânia seguem no radar dos investidores internacionais, mas por aqui a semana deve ser guiada pelas definições do novo cenário político após a morte de Eduardo Campos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A tragédia que chocou o País nesta semana criou um ambiente de incertezas na Bolsa, com os investidores tentando criar um novo cenário eleitoral, onde Marina Silva pode ser a nova candidata do PSB. Mesmo assim, sem uma confirmação a tendência é de muita volatilidade no mercado doméstico. Enquanto isso, no exterior seguem os impasses e as tensões em relação aos conflitos na Ucrânia.

Horas após a notícia da morte de Eduardo Campos, especialistas e investidores já tentavam traçar o novo cenário político e o primeiro nome que veio foi o de Marina Silva, até então candidata a vice de Campos. As primeiras análises apontavam para Marina como uma forte concorrente, que poderia “roubar” votos de Aécio Neves e arriscar uma reeleição de Dilma Rousseff.

Porém, na última quinta-feira (14) ganharam força os rumores de que a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, poderia ser a candidata escolhida para concorrer à presidência pelo PSB. Mesmo essa hipótese perdendo força, o cenário ainda é incerto e todos estão tentando projetar as possibilidades para as eleições.

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O TSE (Superior Tribunal Eleitoral) informou que o partido tem 10 dias – a contar do dia 13 de agosto – para definir seu candidato e o anúncio é esperado para o início da próxima semana. Segundo informações do Estado de S. Paulo, a reunião para decidir quem será o candidato do PSB foi marcada para a próxima quarta-feira (20).

Nos bastidores, ganha cada vez mais força a possibilidade de Marina ser a escolhida. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, Renata Campos defende a candidatura de Marina Silva, assim como o irmão dele Antonio Campos, que também defendeu ela como candidata. Referência emocional do marido, Renata também tinha influência e palpitava em todas as decisões tomadas por Eduardo. Conforme aponta a Folha, assim como o marido, a figura de Renata é reverenciada no PSB justamente por seu papel ao lado de Campos.

Conforme aponta o jornal O Estado de S. Paulo, o grupo majoritário do PSB defende a confirmação de Marina como nome do partido ao Palácio do Planalto. Porém, os dirigentes e líderes da legenda querem em troca garantias, como por exemplo, que ela não ataque as alianças políticas estaduais costuradas pela cúpula. Ainda segundo o jornal, uma ala do partido indica a candidatura dela, com o irmão de Eduardo Campos como vice.

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Para agitar ainda mais o ambiente, o Datafolha iniciou na quinta-feira uma nova pesquisa de intenção de votos, incluindo Marina Silva como presidenciável do PSB no lugar de Eduardo Campos. A pesquisa será realizada entre 14 de agosto e 16 de agosto e deve ser divulgada a partir de segunda-feira, 18 de agosto. Além disso, o levantamento deve perguntar ao eleitorado se o PSB deve indicar a ex-senadora ou outra pessoa como presidenciável ou abrir mão de lançar candidatura própria.

Exterior de olho na Ucrânia
Após mais uma semana de tensões sobre o futuro dos conflitos na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin trouxe um certo alívio para os mercados globais na última quinta-feira após afirmar que a Rússia fará o possível para evitar um novo derramamento de sangue na região, onde as forças do governo estão lutando contra uma rebelião pró-Rússia.

“Faremos tudo ao nosso alcance para que este conflito termine o mais rapidamente possível, de modo que o sangue possa parar de fluir na Ucrânia”, Putin disse durante uma visita à região da Crimeia, que Moscou anexou à Ucrânia no início deste ano. Putin ainda afirmou que o seu país não precisava de conflitos externos. Ele ainda ressaltou que a Ucrânia “afundou em um caos sangrento, em um conflito fratricida” e que “no leste da Ucrânia aconteceu uma grande catástrofe humana”.

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“Morreram milhares de pessoas, centenas de milhares se transformaram em refugiados e perderam literalmente tudo”, disse o líder russo em relação à situação humana nas regiões ucranianas de Lugansk e Donetsk. Mas a calmaria não durou muito tempo.

Na sexta-feira, forças da Ucrânia afirmaram que destruíram uma unidade militar russa que estava em solo ucraniano. De acordo com as notícias, os russos haviam entrado no país durante a noite, mas segundo as autoridades da Rússia, a unidade militar estaria em território dominado pelos rebeldes. Apesar do ocorrido derrubar as bolsas nos EUA e disparar ativos de menor risco, como o dólar, o governo da Rússia manteve o discurso de que quer paz e que está em conversas com a Ucrânia.

Indicadores importantes
A semana terá uma agenda de indicadores mais tranquila, com a grande maioria das divulgações ocorrendo por dados semanais, como balança comercial, fluxo cambial e relatório Focus. Mas alguns indicadores podem chamar atenção do mercado, tanto doméstico quanto no exterior, principalmente na quarta-feira.

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Na data será apresentado o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado a prévia da inflação do País. A expectativa da equipe da LCA Consultores é de que o indicador recue para 0,14%, ante 0,17% no mês anterior, o que leva o IPCA-15 acumulado de 12 meses para 6,49%. Enquanto isso, nos EUA, será divulgada a Ata da última reunião do Fomc, onde novas projeções e dados sobre o fim dos estímulos no país e elevação de juros podem ocorrer.

Já na parte da noite de quarta-feira, será divulgada a prévia do PMI da indústria na China, indicador bastante acompanhado pelo mercado brasileiro, já que os resultados acabam impactando as ações da Vale (VALE3; VALE5) e das siderúrgicas, o que pode afetar o Ibovespa como um todo. Na quinta-feira será a vez da Zona do Euro divulgar sua prévia do indicador.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.