Decisão de cassar Ramagem foi para evitar ‘novo estresse institucional’, diz Motta

Motta lembrou que tinha decidido inicialmente que o plenário decidisse no voto se cassaria os mandatos de Carla Zambelli, mas decisão da Casa foi contestada

Estadão Conteúdo

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante sessão solene. Foto: Bruno Spada /Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante sessão solene. Foto: Bruno Spada /Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a decisão de cassar o mandato de Alexandre Ramagem (PL-RJ) por decisão da Mesa Diretora, e não por voto do plenário, foi tomada pelos líderes da Casa para evitar um “novo episódio de conflito e de estresse institucional”.

“Para evitar um novo episódio de conflito e de estresse institucional, houve uma decisão aqui, capitaneada pelos líderes, de que pudéssemos decidir isso pela Mesa”, afirmou.

Motta lembrou que tinha decidido inicialmente que o plenário decidisse no voto se cassaria os mandatos de Carla Zambelli (PL-SP), foragida e presa na Itália, e Ramagem, também foragido, nos EUA, após ter sido condenado a 16 anos e um mês de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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No entendimento do presidente da Câmara, estando fora no Brasil como está agora, Ramagem não poderia cumprir o mandato, e estando no Brasil também não poderia cumprir a função, já que teria de cumprir a pena de prisão.

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Ramagem foi condenado pelo STF por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, recebendo pena de 16 anos, um mês e 15 dias em regime fechado, além de perder o mandato.

Apenas o caso de Zambelli foi a plenário, num duplo revés para Motta. O plenário votou o caso dela e se Glauber Braga (PSOL-RJ), que expulsou aos chutes um ex-militante do Movimento Brasil Livre (MBL), deveria ter o mandato cassado.

A expectativa era que os dois perdessem o mandato, mas a noite terminou com Glauber tendo a cassação trocada por seis meses de suspensão, e a rejeição da cassação de Zambelli.

Após isso, provocado pelo líder do PT, Lindbergh Farias (RJ) o STF anulou a decisão do plenário da Câmara e determinou novamente a perda do mandato da deputada. Zambelli optou por renunciar poucos dias depois.

No mesmo dia, a Mesa Diretora, comandada por Motta, decidiu pela perda do mandato de Ramagem e de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por faltas. Essa determinação, no caso de Eduardo, já era esperada.

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“Nunca é um tema que nos agrada. Muito pelo contrário, é um tema que sempre traz sempre algum nível de constrangimento. Ninguém se sente feliz em estar cassando ou punindo o colega, mas infelizmente é da nossa função enfrentar os temas que estão sob a Mesa”, disse Motta. “Decidi enfrentar esses pontos para que eles não se arrastassem para o ano que vem com problemas que não fariam bem ao dia a dia da nossa convivência na Casa.”