De um jeito ou de outro, o Brasil sairá vencedor dos Jogos Olímpicos

Para analistas e jornais internacionais, Brasil pode se sair bem dos Jogos - tanto em termos de organização quanto para os investidores no País

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após grandes confusões, o Brasil pode sair vencedor na Olimpíada do Rio de Janeiro, afirmam analistas de mercado. 

Apesar dos incidentes com a tocha, o esgoto na Baía de Guanabara, os protestos políticos, a zika, a prisão de suspostos terroristas, uma tentativa de assalto sofrida por uma equipe de TV da Austrália, a Olimpíada do Rio de Janeiro finalmente começará nesta sexta-feira à noite, ressalta o Financial Times em sua newsletter semanal sobre a América Latina.

E, mesmo levando em conta todos os seus problemas, controvérsias e excesso de gastos, os Jogos Rio-2016 podem ser um sucesso. “A sensação inebriante de estar no centro de um evento assistido pelo mundo descerá sobre infeliz Rio de Janeiro. E um estado de ‘quasi-sonho’ provavelmente envolverá a cidade e todo o país talvez por algumas semanas, como fez com a Copa do Mundo há dois anos”, afirma ele.

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Para o FT, então, quando o Brasil acordar novamente, no final de agosto, voltará ao seu drama político do tamanho de uma Olimpíada, que é o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (e que deve acontecer). Primeiro, porém, os jogos.

Porém, mesmo se os jogos fracassarem, o Brasil será um vencedor para os investidores, afirma Jorge Mariscal, CIO (Chief Investment Officer) para mercados emergentes do UBS, para o portal CNBC. Mariscal cita estudos sobre o legado da Olimpíada, destacando que a maior parte dos países não se beneficiam, ainda mais levando em conta países em desenvolvimento. “Custando US$ 10 bilhões, os Jogos Olimpícos do Rio de Janeiro não devem contrariar essa tendência”, afirma. 

O Brasil pode ter uma perda financeira, mas deve mostrar a sua marca. “O Brasil está tentando criar uma nova imagem. Depois de mais de uma década, o Brasil está tentando uma abordagem nova, de prudência fiscal sob o comando do presidente interino, Michel Temer. A correção não será fácil nem rápida. A recessão, com o PIB propenso a contrair 3,5% este ano faz a austeridade fiscal se tornar um remédio amargo. No entanto, domar a dívida nacional insustentável é apenas o que o Brasil precisa para voltar a crescer”, diz o CIO. 

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Neste cenário, o mercado de ações reagiu e subiu mais de 50% em dólares este ano. “Nós não pensamos que a festa acabou. A confiança do consumidor e do empresário está em ascensão, e esperamos que a economia saia da recessão no final do ano e cresça 1% em 2017”. Já na frente política, as investigações de corrupção ainda apresentam riscos imprevisíveis, mas mostram a independência do sistema judicial do país e a credibilidade das suas instituições, levando a prêmios de risco mais baixos.

“Neste contexto, acreditamos que os ativos brasileiros oferecem algumas das oportunidades mais interessantes nos mercados globais. Nós classificamos as ações brasileiras como outperform em relação aos seus pares de mercados emergentes”, afirma Mariscal.

Para ele, o Brasil não pode ganhar o ouro ao sediar os Jogos Olímpicos, mas ainda pode ganhar quando o assunto é investimento.

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Já o economista-chefe da América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, destacou um dos maiores legados que o Brasil pode ter com a Olimpíada. Para ele, o Brasil, silenciosamente, espera que o espírito olímpico possa ajudar também a levantar os espíritos animais da economia e trazê-la de volta ao pódio reservado para os melhores desempenhos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.